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28 de Janeiro de 2019

Brumadinho: Indignação diante de mais uma tragédia anunciada

Brumadinho: Indignação diante de mais uma tragédia anunciada

Enquanto o Brasil assiste atônito ao desastre de Brumadinho, em Minas Gerais, algumas perguntas seguem sem respostas: nada se aprendeu depois da tragédia de Mariana em 2015? Por que depois de menos de quatro anos ainda somos vítimas do descaso do Poder Público, da falta de fiscalização e da ausência de responsabilidade das empresas? Análises de especialistas mostram claramente a insegurança e a possibilidade iminente de uma catástrofe no local. Mesmo assim, nada foi feito. Até o presente momento foram 60 pessoas encontradas mortas, em torno de 300 desaparecidas e rastros de destruição por todo lado.

Se não bastasse, familiares ainda denunciam desprezo da Vale no atendimento e apoio aos atingidos pelo rompimento da barragem. A imprensa internacional já trata a empresa como “exemplo mundial de incompetência e descaso”, diante da repetição dos erros a um custo humano e ambiental altíssimos. Mesmo assim, a multinacional insiste em tratar o fato como acidente quando, na verdade, deve ser visto como um grave crime contra a vida.

“Infelizmente, vivemos em um país sem respeito e onde a impunidade prevalece. O que foi feito após o acidente em Mariana? Ninguém foi preso e o processo envolvendo as empresas tramita na Vara Federal de Ponte Nova ainda sem data para julgamento. Certamente é isso que poderemos esperar também da situação de Brumadinho. É incrível que os brasileiros tenham sempre que pagar pelos erros cometidos por quem está no poder. A conta fica sempre para o mais fraco e isso é uma constante”, destacou o presidente em exercício do Sindmotoristas, Valmir Santana da Paz (Sorriso).

O sindicato compartilha o sentimento de revolta e indignação que tomou o país , assim como, é solidário com a dor e a tristeza das famílias que perderam seus entes queridos nesta tragédia. Nesse momento difícil, é necessário lembrar que o espírito de luta deve sempre prevalecer para que a população não continue a mercê do governo, dos empresários e de todos aqueles que colocam o lucro em primeiro lugar. “Que a justiça seja feita. Não valor que se pague por uma vida perdida, mas os culpados têm que responder criminalmente pelos seus atos”, ressaltou Sorriso.