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5 de junho de 2018

Prefeitura de São Paulo não apresentou uma solução para quem só pode pagar tarifa de ônibus em dinheiro

Prefeitura de São Paulo não apresentou uma solução para quem só pode pagar tarifa de ônibus em dinheiro

Neste final de semana, a SPTrans começou a testar o serviço de ônibus sem a presença do cobrador no veículo. O que diferencia este serviço em teste do que ocorre em linhas do sistema local é que nestes veículos não existe recebimento físico de tarifa pelo motorista. O usuário deve ter o Bilhete Único poder seguir viagem. Sem o bilhete, o usuário não poderá embarcar. Dentro do coletivo, o posto do cobrador foi retirado. Só há a catraca e os validadores – de pagamento de passagem e o de recarga. Ao lado da catraca, um banco a mais para o passageiro.

Os testes estão ocorrendo em cinco ônibus da linha 576C/10 Metrô Jabaquara – Terminal Santo Amaro, operada pela Mobibrasil. A SPTrans informou que os ônibus em teste estariam intercalados com veículos com cobrador. Logo, o passageiro que fosse pagar em dinheiro teria de esperar o ônibus seguinte para fazer a sua viagem. No entanto, na manhã deste domingo, três ônibus com o serviço em teste estavam operando em sequência.

Na viagem que fizemos em um dos veículos sem cobrador, presenciamos duas passageiras que pagariam em dinheiro: uma no ponto inicial, que sequer embarcou; e outra durante o trajeto, que desembarcou sem pagar.

Em entrevista à Rádio CBN, na manhã desta segunda, o Secretário Municipal de Mobilidade e Transportes Sérgio Avelleda disse que apenas 2% dos usuários da 576C/10 pagam passagem em dinheiro, número abaixo dos 6% de toda a capital. Com base nestes números, o teste mostra-se perfeitamente válido. Nós mesmos, como usuários, presenciamos a ociosidade dos cobradores durante o dia.

No entanto, é necessário que a SPTrans dê condições aos 6% de ter um acesso a postos de aquisição e recarga de bilhetes ou mesmo à compra avulsa de passagens em qualquer região da cidade. Já se sabia de antemão que o grande impasse para a retirada dos cobradores é justamente o usuário eventual e o pagante em dinheiro. Logo, o teste já deveria vir com uma solução para estes 6% – que passa longe de deixa-los mais tempo no ponto de ônibus.