Campanha Salarial 2024: A palavra de ordem “União e Lutas” resulta em respeito e conquistas!
A vergonhosa proposta apresentada pelos prepostos dos patrões na terceira reunião de negociação foi negada por nós. E rechaçada de forma categórica pelos trabalhadores e trabalhadoras, em assembleia geral, na última sexta-feira, 10 de maio, por não atender minimamente o que reivindicamos que é de direito.
O impasse foi a estratégia adotada por eles para travar as negociações. Mesmo recebendo mais de 5 bilhões de reais de subsídios da SPTrans, o pleito da categoria foi ultrajado e desprestigiado pelos empresários ávidos exclusivamente ao lucro e mais lucro.
Nossa resposta foi aprovar o Estado de Greve, implantar um amplo plano de luta e mobilizações nas garagens, terminais e pontos finais, para conscientizar e preparar nosso exército que enfrentará a ganância dos que só pensam em subtrair direitos, benefícios e impor o maior nível de exploração possível.
Organizamos este trabalho junto aos membros da Comissão de Negociação escolhidos para a batalha, delegados eleitos, cipeiros e militantes, que realizam um grande trabalho de convencimento nos locais de trabalho, para que juntos possamos dar uma resposta dura a intransigência e descaso patronal.
Não temos interesse em prejudicar a população. Por isso avisaremos com antecedência possível greve no sistema. Até lá, percorreremos o caminho do diálogo até o último milésimo de segundo. Porém, nossa paciência e cordialidade têm limites e não aceitaremos o jogo de empurra e empurra.
Conversamos com o prefeito Ricardo Nunes, expusemos nossa preocupação. Vamos falar com as correntes políticas nos parlamentos (municipal, estadual e federal). E vamos ensejar o apoio das lideranças sindicais do transporte para uma ampla Campanha Unificada por reajustes salariais sem perdas.
Provocamos o debate sobre o tema junto a Superintendência Regional do Ministério do Trabalho em São Paulo, que se mostrou sensível ao nosso pleito. Vamos levar o assunto para debate do Ministério Público do Trabalho e, se for o caso até a Justiça do Trabalho.
Queremos envolver todos os agentes sociais nesta discussão, pois a categoria do transporte por ônibus é responsável pelo atendimento de centenas de milhares de passageiros todos os dias aos seus destinos. E cada bairro, avenida, rua, viela… tem um ônibus do sistema estrutural ou local à disposição.
Na pandemia, o transporte urbano não parou, em nenhum momento. Companheiros e companheiras, com garra e coragem, expuseram-se ao risco. Resultado: mais de 1500 perderam suas vidas e mais de 3000 sobreviveram com sequelas, dos quais vários estão afastados.
Quando se fala em luta por conquistas, muitos têm a visão míope da briga, da paralisação, até da greve, mas se esquecem do sofrimento desses pais e mães, avôs e avós, que trabalham em condições severas, com pressão física e mental de todos os lados.
Faz mais de 4 anos que os benefícios da categoria estão em franca queda, sem avanços. Por culpa de gestões irresponsáveis e avareza patronal, os salários de motoristas, cobradores e manutenção sofrem corrosão, com defasagem na casa dos 1 mil Reais no período, além da cesta, vale, PLR…
Com apoio mais de mais de 14 mil votos nas urnas, assumi a presidência do Sindicato para promover um choque de gestão e resgatar as perdas da categoria. E não vou decepcionar os que acreditaram em nós, de jeito nenhum. Eles não estão sozinhos nesta luta!!!
Por isso, vamos conversar, dialogar e tudo mais… até o final deste mês. Se nossas reivindicações não forem atendidas, vamos pra cima num grande movimento paredista em toda cidade de São Paulo até que sejamos respeitados. Como sempre digo, sem luta não há vitória.
Participe das ações que faremos a partir de quinta-feira (16), não espere benevolência do patrão. União e luta é a receita para se obter êxito em mais esta importante batalha por melhorias salariais, de condições de vida, saúde e segurança no trabalho.
Unidos venceremos!
Edivaldo Santiago da Silva
Presidente do SMTTRUSP (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo)