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18 de novembro de 2019

Negros são maioria em universidades públicas

Negros são maioria em universidades públicas

Para alguns, segregação racial. Na visão de outros, reparação história. Quando se trata do sistema de cotas para ingresso nas universidades, as opiniões ainda são controversas. No entanto, apesar dos diferentes pontos de vista, uma pesquisa recente feita pelo IBGE mostra um cenário inédito no País: o número de estudantes negros nas instituições públicas de ensino passou, pela primeira vez, o de brancos.

Dados do estudo “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, feito pelo Instituto apontam que, em 2018, o Brasil tinha mais de 1,14 milhão de alunos autodeclarados pretos e pardos na faculdades municipais, estaduais e federais, enquanto os brancos ocupavam 1,05 milhão de vagas. O montante equivale, respectivamente, a 50,3% e 48,2% dos mais de 2,19 milhões de brasileiros matriculados na rede pública.

“Há quem não concorde com essa legislação que, ao contrário do que muitos dizem, não é um benefício ou um privilégio, mas sim uma forma de amenizar a desigualdade social ainda existente no nosso País. É sim uma forma de corrigir injustiças históricas provocadas pela escravidão na sociedade brasileira. Há de se concordar que esse novo cenário é uma conquista incrível”, afirmou o representante da Secretaria de Igualdade Racial do Sindmotoristas, Zé Carlos Negão, que atua ativamente em defesa das igualdades social e racial por meio de ações, cujos resultados têm sido positivos e satisfatórios para a categoria.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu em 26 de abril de 2012 que o sistema de cotas raciais em universidades não contraria a Constituição brasileira. Desde então, foi dado início a uma pressão sobre as universidades para que empregassem as novas regras. Segundo a ONG Educafro, mais de 180 instituições públicas de ensino superior utilizam esse tipo de reserva de vagas.