Valdevan Noventa - Um líder não nasce por acaso!

5 de junho de 2018

Matéria R7

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Capital registra média de um ataque a ônibus por dia em janeiro. Motoristas pedem socorro

Prejuízo com onda de violência já passa dos R$ 12 milhões, segundo sindicato das empresas

Fernando Mellis, do R7

Com pelo menos 28 ônibus atacados, a maioria incendiada, na capital paulista desde o começo deste mês, o presidente do sindicato dos motoristas diz que os trabalhadores estão “amedrontados”. Até terça-feira (28), os casos já somavam quase metade do que foi registrado durante todo o ano passado: 53.

De acordo com o último balanço do SPUrbanuss, sindicato que representa as empresas, 25 ônibus foram incendiados entre 4 e 27 de janeiro. O número não inclui veículos das permissionárias, que são as cooperativas de lotações. Segundo o sindicato, o prejuízo nesse período já ultrapassa R$ 12 milhões.

Em entrevista ao R7, o presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa, manifestou preocupação com os motoristas e cobradores.

— A nossa categoria está amedrontada, pedindo socorro. É uma situação muito difícil que nossos trabalhadores estão enfrentando. Porque virou uma onda, virou uma moda. Qualquer coisa que aconteça se desconta nos ônibus e nossos trabalhadores são atacados covardemente.

Na zona sul, região que teve quase metade dos ataques, três ônibus foram incendiados na terça-feira e um foi apedrejado. Um dos casos aconteceu na estrada do M’Boi Mirim e outro na avenida José Estima Filho, no Jardim Ângela. Horas antes, criminosos atearam fogo em outro coletivo, no mesmo bairro.

Noventa admite que “é muito difícil” encontrar uma solução para o problema, mas que o sindicato está disposto a conversar com o poder público. Segundo ele, a última vez que a categoria viveu situação semelhante foi em 2006, com a onda de violência orquestrada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).

— Já passamos por isso em 2006, quando houve aquela onda de ataques, depois deu aquela aliviada. Mas depois do final do ano para cá virou uma onda mesmo. Aqui em São Paulo agora todo dia são dois ou três ônibus.

Ele também acrescentou que nas últimas semanas, alguns trabalhadores já pediram afastamento após serem vítimas de criminosos que invadiram os ônibus e que há relatos de motoristas feridos. Porém, o sindicato das empresas não tem registro de funcionários machucados em ataques desde setembro.

Frotas recolhidas

Doze linhas que atendem à região do Jardim Ângela tiveram a frota recolhida para as garagens a partir das 16h de terça-feira. Segundo a SPTrans, 120 mil pessoas utilizam as linhas diariamente.

Também por receio de que algo aconteça, desde sábado (25), dez linhas da empresa Transppass não circulam à noite no interior dos bairros Jardim Educandário e Jardim João 23, na zona oeste. Os motoristas desembarcam os passageiros na rodovia Raposo Tavares, entre os km 15 e 18. A falta de segurança é o motivo alegado por motoristas, que relatam ameaças desde que um ônibus foi incendiado.

A SPTrans afirma que solicitou à polícia reforço preventivo nos bairros onde há dificuldades operacional e em toda a cidade. Segundo a autarquia, na zona sul, 20 ônibus do Paese atenderam às linhas que tiveram os ônibus recolhidos durante a tarde.

Fonte: R7 – Foto: Nivaldo Lima/Futura Press