Baratas em ônibus colocam em risco a saúde da categoria
A falta de conscientização dos passageiros aliada ao descaso das empresas, que não investem o necessário para manter os coletivos dedetizados, tem despertado a atenção do Sindmotoristas na fiscalização das condições de higiene e limpeza dos veículos, após denúncias sobre infestação de baratas nos ônibus de São Paulo.
Para alguns passageiros, utilizar os veículos se tornou desesperador, pois nunca se sabe quando será surpreendido por uma ou mais baratas andando em seus braços ou pernas. Para os trabalhadores, a presença dos insetos já virou rotina. Uma reportagem apresentada pelo SPTV na última sexta-feira, dia 13, mostrou a insatisfação dos usuários diante do problema. Porém, ao mesmo tempo em que reclamam, eles também colaboram para o cenário alarmante. Papeis de bala, restos de comida e copos sujos são os principais responsáveis pela existência dos insetos.
Conforme a matéria da Rede Globo, as baratas se proliferam rapidamente. É necessário menos de 24 horas para que os filhotes estejam prontos, após a colocação dos ovos. Além disso, apenas uma barata pode gerar 30 novos insetos da mesma espécie. Para amenizar a situação, é necessário que os ônibus sejam desinsetizados a cada 3 meses. A compreensão do público também é preponderante para a manutenção da limpeza dos coletivos. Utilizar os cestos de lixo disponíveis em todos os veículos é o primeiro. Mas, também cabe às empresas fazer a sua parte.
Entre as linhas que merecem atenção especial estão a 179X Jardim Fontális/ Metrô Barra Funda, que recebeu quatro autuações em 2016, oito no ano passado e cinco nos últimos meses, e a 3462 Vila Santana/ Metrô Tatuapé, que foi notificada seis vezes em 2016 e quatro em 2017. “Apesar dos riscos sofridos por todos que utilizam os ônibus, os trabalhadores acabam sendo os mais prejudicados, pois passam o dia inteiro a mercê da sujeira, correndo risco de contrair doenças. Sofrem com a falta de consciência dos passageiros e com a omissão das empresas”, afirmou o presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa.
Especialistas apontam os perigos causados pela convivência das pessoas com insetos, como baratas. Doenças gastrointestinais estão no topo da lista. Vetores mecânicos de bactérias, fungos, protozoários, vermes e vírus, elas transmitem moléstias por meio das patas e fezes deixadas pelos locais onde passam. “Vamos acompanhar isso de perto e cobrar dos patrões medidas para evitar que os companheiros sofram as consequências de um ambiente insalubre. Também pedimos a colaboração dos usuários, pois acabam sendo vítimas dos seus próprios atos”, destacou Noventa.