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5 de junho de 2018

Linhas de ônibus mais assaltadas de SP percorrem vias da Zona Oeste

Linhas de ônibus mais assaltadas de SP percorrem vias da Zona Oeste

As linhas 8055 Perus-Lapa e 8050 Morro Doce-Lapa, que percorrem a Zona Oeste de São Paulo, foram as mais assaltadas da capital paulista em 2015, de acordo com o ranking da São Paulo Transportes (SPTrans) divulgado pelo Bom Dia São Paulo nesta terça-feira (19).

Na linha 8055 Perus-Lapa, a mais perigosa da capital paulista, os passageiros foram assaltados 31 vezes no último ano. “Fui assaltada dentro do ônibus. Eu estava com minhas duas filhas a caminho de casa, e levaram tudo”, conta a comerciária Célia Cristina. “Outro dia, eu descia próximo ao km 18, quando levaram documentos, pagamento, marmita e tudo que a gente tinha”, continuou.

O auxiliar de secretaria Renan Lopes contou sobre um assalto à mão armada dentro do veículo. “Ele me abordou no ônibus, disse que precisava de dinheiro e mostrou a arma”, disse.

A segunda linha mais assaltada, 8050 Morro Doce- Lapa, apresentou 24 ocorrências e faz quase o mesmo percurso que a campeã do ranking. Juntas, as linhas foram assaltadas 55 vezes. São mais de quatro assaltos por mês.

Ambas as linhas percorrem um trecho em comum, na Rodovia Anhanguera, que é escuro e pouco movimentado.

Dois fiscais da empresa de ônibus que opera as duas linhas e que preferiram não se identificar opinaram sobre quais iniciativas melhorariam o trecho. “Acho que falta um trabalho mais presente da polícia no local. Uma ronda mais ostensiva nas rodovias e no entorno”, disse um dos funcionários. “Tem funcionários na garagem que não querem vir para essas linhas. Alguns chegam a chorar, principalmente cobradoras”, disse outro.

Depois do sexto assalto, o cobrador Jeferson Araújo entrou em depressão. “Eu não tinha ânimo para trabalhar e pensava em desistir porque estava muito perigoso. Procurei o psicólogo da empresa e os encarregados, e eles me deram afastamento de 20 dias, mas voltei com aquele receio. Tudo é assustador pra gente”, contou.

Para driblar a falta de segurança, os funcionários criaram um grupo que troca mensagens por celular. Todos recebem o alerta de segurança sobre qualquer movimentação suspeita, e os veículos não param para as pessoas descritas.

Ainda assim, funcionários e passageiros não relaxam. “Fico atenta a quem entra no ônibus e torço para que dê tudo certo até o ponto que eu tenha que descer”, disse a técnica em química Talita Matos. “Fui assaltado duas vezes no final de 2015. Acostumados, os bandidos até riem e me desejam “bom trabalho”, contou o motorista Márcio Aparecido de Oliveira.