Pesquisa reforça necessidade de políticas públicas para mobilidade urbana
Sobram promessas, faltam ações efetivas. Quando o assunto é mobilidade, as políticas públicas deixam a desejar. Não é à toa que Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Brasília tiveram as piores classificações no quesito sistema de transporte em pesquisa feita pela empresa americana Expert Market. O estudo analisou tempo de viagem, espera para pegar condução, baldeações, distância total e o custo mensal relacionado ao salário médio da população. O resultado apenas reforçou o frequente posicionamento do Sindmotoristas: é preciso investir em mobilidade para aumentar eficiência e oferecer qualidade.
E os benefícios não param por aí. Melhorar o transporte público é solucionar a maior parte dos problemas no trânsito das grandes cidades brasileiras, como a capital paulistana. Além disso, dados já comprovaram que o investimento em ônibus não é apenas uma política de transporte, mas sim algo que envolve saúde, educação, bem-estar e uma política de coesão social. O problema é que os governantes, acostumados a transitar em seus carros de luxo, muitas vezes fingem não enxergar a dimensão do problema e se concentram apenas em aumentar o valor das passagens e retirar direitos dos trabalhadores.
Diante desse cenário, a diretoria do Sindicato dos Motoristas concentra boa parte da sua luta na tentativa de minimizar os impactos causados pela falta de projetos e de vontade política para fomentar a mobilidade urbana. Campanhas para reduzir acidentes, paralisações para impedir a redução da frota, manutenção do emprego do cobrador. Essa são apenas algumas das ações de sucesso do Sindmotoristas que contribuem para um transporte minimamente eficaz. Assim como saúde, educação e segurança, o deslocamento das pessoas precisa ser visto como prioridade, garantiram lideranças que estão à frente do Sindicato.
Para o Sindmotoristas, se a população tivesse mais opções que otimizassem o seu deslocamento, sobraria mais tempo para estudar e melhorar de vida, por exemplo. No entanto, antes de tudo é necessário que o governo abra os olhos diante da situação. E especialistas afirmam que o entrave não é financeiro. “Falta mesmo é vontade. O problema é político. Já existem recursos que precisam ser melhor direcionados para o transporte coletivo, não é necessário criar grande fórmulas tributárias”, afirmou o engenheiro, ex-secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo e vice-presidente da ANTP, Cláudio de Senna Frederico em evento do setor.
No que depender do Sindmotoristas, a administração municipal e até mesmo federal continuará sendo cobrada, de forma que motoristas e cobradores tenham seus postos de trabalho mantidos com dignidade e a sociedade não veja no transporte um empecilho para a prosperidade.