Crise e Lava Jato fazem Odebrecht se desfazer de empresa de ponto de ônibus

Afetada pela crise econômica e, principalmente, pelas denúncias de corrupção apuradas pela operação Lava-Jato, a Odebrecht deve se desfazer da empresa Otima, que realiza a comercialização da publicidade em abrigos de ônibus da cidade de São Paulo e, como contrapartida, faz a manutenção e troca dos equipamentos.

Nesta semana, deve ser decidida a compra pela JCDecaux, que deve ter o direito de preferência na aquisição. O negócio ainda não foi fechado. A empresa é uma multinacional francesa especializada em publicidade de rua e deve pagar R$ 60 milhões, além de assumir um compromisso de R$ 250 milhões, valor utilizado para instalação dos abrigos de ônibus.

A Otima foi criada em 2013 e é responsável por pela renovação de 6,5 mil abrigos de ônibus e 12,5 mil totens. Os equipamentos mais antigos foram trocados por estruturas modernas e o contrato de 25 anos prevê a substituição e manutenção desses equipamentos ao longo da vigência.

Todo dinheiro, entretanto, arrecadado com a comercialização de anúncios nos locais vai direto para Otima. O contrato foi assinado em 2012 pelos responsáveis da empresa (que ainda não tinha esse nome) na gestão de Gilberto Kassab à frente da prefeitura, no valor de R$ 570 milhões, o maior do mundo nesta modalidade.

Afundada em denúncias de corrupção, a Odebrecht é uma das principais sócias da Otima e possui dívidas na casa de R$ 100 bilhões.

De acordo com o site da Otima, “em 2016, levou sua operação para a região portuária do Porto Maravilha onde tem exclusividade na comercialização dos espaços publicitários e mobiliários urbanos. Já em Belo horizonte, atua em parceria com a Urbana, empresa local com exclusividade na comercialização de mobiliário urbano da cidade. Além do segmento de mídia OOH, a Otima também inova fora dele. São diversos produtos e serviços pensados e desenvolvidos para o bem-estar da população, como: o app de mobilidade urbana Leve-me, Otima Causa, Wi-Fi nos abrigos, Recarga de Bilhete Único, e muitos outros que vem por aí.”