Transporte público pode melhorar se houver investimentos e gestão de política pública, aponta pesquisa da CNI
O transporte público e a mobilidade urbana foram objetos de uma pesquisa inédita realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) intitulado “O que faria o brasileiro usar mais o transporte público?”, em parceria com o Instituto de Reputação e Imagem (IRPI).
Entre os dias 1º e 5 de abril, foram ouvidas 2.019 pessoas – economicamente ativas – a partir de 16 anos, em cidades com mais de 250 mil habitantes nos 27 estados do país. Do total, 90% moram na mesma cidade, onde estão empregados, e 88% trabalham de forma presencial, sendo 6% em home-office e 5% de forma híbrida.
Alguns cenários da pesquisa chamaram bastante atenção, pois influenciam diretamente no uso e na confiabilidade do transporte público por parte dos usuários.
O primeiro se refere à implementações e/ou melhorias, caso fossem realizados pelos governos (municipal/estadual/federal). Pontos como redução da tarifa (25%), diminuição tempo de espera (24%), aumento da segurança (20%), mais linhas e percursos (18%), conforto interno (14%), qualidade dos veículos (13%) e agilidade (13%) foram apontados pelos entrevistados.
A insatisfação com a governança sobre o tema e gestão pública “da política de mobilidade urbana” foi citada por 57% dos entrevistados, enquanto apenas 16% consideraram o trabalho feito “avançado” ou “muito avançado”.
E o terceiro item, especificamente sobre ônibus, apresenta “baixa satisfação” pelos entrevistados, com destaque para a falta de segurança, conforto, tempo de espera, informação sobre trajetos e horários, quantidade de paradas e distância percorrida, cujos pontos tem relação direta com a falta de implementações e/ou melhorias.
Outros dados importantes da pesquisa mostram a relevância do ônibus no sistema de transporte urbano do país: 62% utilizam-no como o principal meio de locomoção, 50% usam todos ou quase todos os dias. No entanto, apesar de ser prioridade, requer melhorias para a prestação de serviço adequada aos usuários, conforme indica avaliação: (4%) ótimo, (20%) bom, (37%) regular, (13%) ruim e (22%) péssimo.
De acordo com o presidente do SindMotoristas, Cristiano Porangaba (Crizinho), os investimentos em transporte público são fundamentais para melhorar o sistema, oferecer melhor fluidez ao trânsito, atender com qualidade aos passageiros e melhorar a estrutura de trabalho dos profissionais da categoria.
“O transporte urbano por ônibus é o mais abrangente do país. Em cada local, o ônibus atende passageiros aos seus destinos. Investimentos na gestão, estrutura e humano são essenciais para a melhoria do atendimento”, afirma.
O estudo – ao final – apontou que os governos municipal, estadual e federal precisam investir na ordem de R$ 295 bilhões em infraestruturas de mobilidade urbana, até 2042, nas principais regiões metropolitanas, tornando-os mais eficientes, modernos e seguros.
Mais informações sobre a pesquisa podem ser consultadas no https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/infraestrutura/reducao-da-tarifa-e-do-tempo-de-espera-incentivariam-uso-do-transporte-publico/