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8 de Março de 2023

Sindmotoristas chama atenção e comenta possíveis causas dos acidentes de ônibus em São Paulo

Sindmotoristas chama atenção e comenta possíveis causas dos acidentes de ônibus em São Paulo

Os reincidentes casos de acidentes com ônibus na cidade de São Paulo vêm repercutindo por toda a imprensa nacional. Não é de hoje que o Sindmotoristas chama atenção para essa pauta. Foram inúmeras assembleias, notificações, protestos e denúncias realizadas cobrando providências a diversas irregularidades nas condições de trabalho dos motoristas e cobradores.

A diretoria do sindicato destacou situações que causam a exaustão física e psicológica dos profissionais como jornada excessiva de trabalho, programação inadequada de horários, pressão para cumprir uma tabela apertada, falta de manutenção nos veículos, entre outros.

Para a entidade, há muito que as empresas protelam a destinação de recursos para o material humano e, por outro lado, o Poder Público ignora as denúncias. Falta investimento à altura do serviço e da demanda de São Paulo. Os trabalhadores em transportes que diariamente são bastante exigidos no trânsito caótico dessa grande metrópole merecem reconhecimento e valorização. Não se pode permitir que a ganância de uns coloque em risco a segurança e a vida de outros.

O sindicato já fez várias lutas pela categoria. Uma delas foi aprovação da Lei Municipal 15.940/2013 que criou a Garagem Escola com a proposta de treinar, capacitar e qualificar esses profissionais, mas infelizmente ela nunca saiu do papel.

ABUSOS DE PODER

É preciso salientar que o lado emocional dos trabalhadores tem sido prejudicado, o que tem refletido no desempenho dos mesmos. Representantes da categoria constataram em algumas empresas que os trabalhadores sofrem constantes perseguições e retaliações. O abuso de poder é algo que rotineiramente o sindicato precisa intervir. Demissões e punições indevidas são frequentes e a entidade tem agido com celeridade e firmeza para revertê-las, na maioria dos casos.

Recentemente, a Via Sul Leste obrigou os funcionários a assinarem descontos que chegavam a R$ 4 mil reais para pagar as multas do RESAM. Tudo isso mexe com o emocional dos profissionais, inclusive o diretor do sindicato que fez a ação de protesto encontra-se afastado pela empresa, uma prática antissindical recorrente no sistema.

FALTA INFRAESTRUTURA

Não é de hoje que o sistema de transporte público por ônibus sofre com a falta de infraestrutura. Na maioria dos pontos principais e auxiliares, não existe estrutura adequada para os trabalhadores. São poucos os locais com banheiro e para as refeições. Nas regiões periféricas, principalmente, os condutores, muitas vezes, recorrem a bares para fazer suas necessidades fisiológicas. É uma situação um tanto constrangedora.

A falta de infraestrutura é uma pauta antiga do Sindmotoristas com a Administração Municipal que pouco avançou. Muda-se governo, mas as promessas de soluções para o problema são as mesmas.

COBRADORES

Para o Sindmotoristas, uma de suas maiores lutas e desafios é mostrar à Administração Municipal, empresários e aos passageiros a importância do cobrador dentro do ônibus. A visão de que eles são profissionais que se limitam a cobrar pelas passagens é extremamente equivocada, eles são agentes sociais que desempenham funções importantíssimas para o bom funcionamento dentro dos coletivos.

Eles auxiliam os motoristas, controlam a ocupação de assentos reservados, inibem situações de assédio, ajudam os deficientes, orientam usuários sobre itinerários, entre outras. É preciso reconhecer o papel social desses profissionais.

No entanto, há anos que o sindicato trava uma batalha com a Prefeitura e o setor patronal que tentam de todas as maneiras extinguir a função, apesar da sua essencialidade. Quanto a essa questão, a posição da diretoria é bem clara: a entidade sempre defenderá o emprego dos cobradores no sistema de transporte rodoviário de São Paulo.