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7 de Fevereiro de 2024

Ônibus: Mercedes-Benz cresce acima da média do mercado, mas acredita em recuperação plena em cinco anos para todo o setor

Enquanto emplacamentos de todos as marcas somaram alta de 46% no primeiro quadrimestre, fabricante de São Bernardo do Campo registrou alta de 95% das vendas

ADAMO BAZANI

Um ano de oportunidades.

É assim que a direção da Mercedes-Benz do Brasil classifica 2018.  Com algumas cautelas, de olho principalmente no cenário político, ciente de que todo o crescimento até agora é sobre uma base retraída, mas com otimismo tendo como base as previsões dos principais indicadores: crescimento do PIB – Produto Interno Bruto de até 2,6%;  taxa básica de juros de 6,25% e inflação que deve ficar em torno de 3,5% a 4,5%.

Não bastassem os indicadores macroeconômicos, há fatores específicos de cada segmento de ônibus que podem contribuir para um ano positivo.

O diretor de Vendas e Marketing de Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Walter Barbosa, conversou com o Diário do Transporte sobre mercado.

O executivo acredita que neste ano, o mercado de ônibus deve crescer em torno de 20%. Mas este crescimento ocorre sobre números extremamente retraídos, por causa da crise econômica entre o final de 2013 e o segundo semestre de 2017.

Os resultados vão ser positivos, mas para recuperar o patamar considerado habitual do mercado de ônibus, ainda vai demorar cerca de cinco anos, segundo Barbosa

“Tínhamos, antes de 2016, uma média de em torno de 26 mil a 30 mil unidades/ano. No ano de 2016, atingiu-se o patamar mais baixo dos últimos 20 anos e deu um mercado total de 10.300 unidades. No ano de 2017, esse mercado já sobe para 11.400 unidades e esse ano estimamos, como disse anteriormente, algo em torno de 13, 14 mil. Então, o pior momento acho que já foi. O nosso país é cíclico, então a cada cinco, oito anos, sempre tem uma variação ou para mais ou para menos do nosso mercado. Acho que agora a gente entra em um ciclo crescente de novo e nos próximos cinco anos, a gente deve atingir um patamar na casa de 20 a 22 mil carros [ônibus] por ano. O que eu acredito ser bastante factível e sustentável”. – disse Walter Barbosa.

O volume de 26 a 30 mil do pré-crise também não pode ser considerado um parâmetro. Isso porque, estes números foram acima da média habitual do mercado, por diversos fatores, como as aquisições de ônibus escolares, pelo Programa Caminho da Escola, que representaram 10 mil unidades, o PSI – Programa de Sustentação de Investimento, cujos juros eram de 2,5% ao ano, e, também, renovações antecipadas que as empresas fizeram para escapar dos preços maiores dos ônibus com tecnologia de redução de poluição Euro V, que entrou em vigor em 2013. Até março de 2013, as montadoras podiam vender os modelos Euro III, mais poluentes, porém, mais baratos.

MAIS QUE O MERCADO:

Não apenas as estimativas são positivas. Os números já consolidados mostram resultados bastante favoráveis.

A Mercedes-Benz diz que seu crescimento no primeiro quadrimestre de 2018, em relação à semelhante período de 2017, foi maior do que a média registrada em todo o mercado.

Enquanto, segundo dados do Renavam, as vendas de ônibus subiram no acumulado do ano, entre janeiro e abril, 46%, com 3.593 unidades, a Mercedes-Benz diz que registrou crescimento de 95% nas vendas, respondendo por uma fatia de 62% do mercado geral acima de 8 toneladas, com 2.217 unidades.

ANÁLISE DOS SEGMENTOS:      

Cada segmento teve um desempenho diferente, na média geral do mercado, com destaque para os ônibus rodoviários, cujas vendas cresceram 181% no primeiro quadrimestre de 2018 em relação ao mesmo período de 2017.

O mercado de ônibus urbanos teve expansão de 73% entre janeiro e abril de 2018, o de ônibus de fretamento cresceu 91% no período. Já as vendas de micro-ônibus cresceram 60% e as de ônibus escolares ficaram 67% mais baixas entre janeiro e abril de 2018 na comparação com o primeiro quadrimestre de 2017.

FONTE: Diário do Transporte 

https://diariodotransporte.com.br/2018/05/09/onibus-mercedes-benz-cresce-acima-da-media-do-mercado-mas-acredita-em-recuperacao-plena-em-cinco-anos-para-todo-o-setor/