Justiça diz que redução de velocidade das marginais não prejudicou o trânsito
A 11ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo entendeu que a redução de velocidade nas marginais dos rios Pinheiros e Tietê promovida pela gestão do atual prefeito Fernando Haddad não prejudicou o trânsito em São Paulo.
A juíza Carolina Martins Clemêncio Duprat negou pedido liminar feito pela Seccional Paulista da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil que pedia o retorno imediato aos limites de velocidade das vias.
A decisão ocorre dias antes de o prefeito eleito João Doria assumir o Paço Municipal.
Doria em sua campanha e depois da vitória disse que vai rever a redução de velocidade.
No entanto, como ocorreu em outros discursos, Doria já voltou atrás em alguns pontos.
Há, por exemplo, problemas em relação à pista local onde pela proposta do prefeito eleito, agora a faixa da direita seria de 50 Km /h e as demais 60 km/h.
Doria também admite que em toda a extensão das pistas local, central e expressa pode haver variações de velocidade. Mesmo sem querer, nesse aspecto o motorista pode estar exposto pelo poder público às chamadas “pegadinhas”, apesar de Doria prometer melhor sinalização.
Dependendo do trecho, da pista e até da faixa, as velocidades nas marginais do Pinheiros e do Tietê pela confusa proposta de Doria devem variar entre 50 km/h, 60 km/h, 70 km/h, 80 km/h e 90 km/h.
Em sua decisão, a juíza deixa claro que a redução de velocidade não prejudicou o trânsito como alegavam os “especialistas” da OAB: “já decorrido mais de um ano desde quando adotadas as novas velocidades, tal circunstância não se concretizou”.
Se a redução de velocidade em um ano não prejudicou a fluidez de veículos, contribuiu de fato para a queda do número de acidentes com mortes.
De acordo com dados da CET – Companhia de Engenharia de Tráfego, número de acidentes com vítimas fatais caiu 52% após um ano de implantação.
De julho de 2014 a junho de 2015 foram registrados 64 acidentes com mortes contando colisões de veículos e atropelamentos. Já entre julho de 2015 e junho de 2016 foram contabilizadas 31 ocorrências com mortes.
“Se o carro está a 32 km/h, o acidente é capaz de produzir o óbito em 5% dos casos. Se está a 45 km/h, já sobe para 48%. E se o veículo está a 64 km/h, vai produzir óbito em 85% dos casos. A redução de velocidades está acontecendo no mundo todo.” – disse em coletiva o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Trânsito – Abramet, Dirceu Rodrigues Alves Júnior
Estudos de diversos países mostram que a redução dos limites de velocidade, para qualquer realidade econômica e urbanística, além de contribuir para a queda no número de acidentes e a gravidade das ocorrências, ajuda a aumentar a velocidade média no trânsito.