Em 1933 foi fundado o SMTTRUSP que se tornaria o maior da América Latina
A história vitoriosa de luta por uma categoria forte e organizada do SMTTRUSP – Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo começou, em 1933, na Rua Piratininga, 176. À frente da categoria estava o, então, presidente Nicola Capucci. Dois anos mais tarde foi eleito o segundo presidente, que, logo após a sua posse, viu-se diante da primeira greve cujos vários trabalhadores foram presos. No entanto, em meio às dificuldades, a categoria saiu vitoriosa em suas reivindicações.
O Ministério do Trabalho, em 1935, anulou a eleição por julgá-la inconstitucional. Para complicar o quadro desfavorável, um ano depois, vários diretores abdicaram de seus cargos. Resultado: permaneceram apenas o presidente e o tesoureiro. A situação normalizou-se somente em 21/08/1937 quando a entidade voltou a contar com diretores eleitos por voto direto.
Em 1938, filiou-se à FTTRESP – Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres. Nos anos seguintes (1939, 1940 e parte de 1941) seu ainda “breve histórico” estava compilado num relatório que fora apresentado pela diretoria em exercício. No mesmo período, conforme determinações do Decreto-Lei nº 1402 foram obrigadas a mostrar para aprovação, com data limite até o final do primeiro trimestre de cada ano, um relatório das ocorrências do ano anterior.
1943, contudo, foi um ano especial, pois os trabalhadores obtiveram algumas conquistas relevantes, com destaque para o primeiro dissídio coletivo de trabalho. Ainda, no mesmo ano, fora constituída a Comissão de Sindicância e Julgamento, cuja finalidade pôs fim às arbitrariedades e, claro, injustas detenções impostas aos companheiros. No dia 21 de setembro foi publicada a primeira edição do jornal, O Veículo, que completa 65 anos engajado em informar os companheiros (as) da categoria.
Em 1946 as greves eclodiram com maior intensidade, pois a categoria tinha um único objetivo: melhorar os salários pagos à categoria. Tamanho “levante” provocou a prisão de inúmeros grevistas e diretores do Sindicato. A repressão aos interesses dos trabalhadores gerou uma assembleia, na qual participaram mais de 600 trabalhadores, que, após comum acordo, decidiram promover o dissídio coletivo contra as empresas de ônibus.
Após quinze anos, o Sindicato mudou de endereço. Da Rua Piratininga, no Brás, os interesses da categoria passaram a ser resolvidos no prédio da Rua Pirapitingui, localizado no bairro da Liberdade. A aquisição deste prédio, em definitivo, foi uma conquista e tanto, sendo fruto direto da participação e da colaboração dos companheiros e companheiras.
Os anos de 1951 e 1952 foram marcados pela conquista de importantes benefícios para a categoria. Prova disso é que no primeiro ano diversos trabalhadores adquiriram casas próprias, por meio do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Empregados em Transportes de Carga (IAPETEC). No ano seguinte, o Sindicato através de 36 dissídios coletivos de trabalho, obteve para os trabalhadores um aumento salarial de 50%.
E, ainda, firmou um importante acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo, com mais um acréscimo de 10% no salário. O engajamento com o bem-estar da categoria é, todavia, o ponto alto de atuação do Sindicato. Por isso, em 1954, inauguraram oficialmente a autoescola batizada com o nome de “Sindicato dos Condutores de Veículos”, que, apesar de ter funcionado até 1955, conseguiu com o valor das instruções comprarem uma ambulância para atender aos trabalhadores em casos de acidentes.
O SMTTRUSP, em sua rica e valorosa história, não conta com registros do período que compreende o início dos anos 60 até o final dos anos 80, justamente aquele no qual o país esteve mergulhado “de forma terrível” na ditadura militar. Vale destacar que a entidade, nestes anos, passou por momentos bem difíceis ao sofrer três intervenções do, então, Governo Militar. Foram eles: de 1º de abril de 1964 a 8 de outubro de 1968; de 4 de setembro de 1974 a 14 de janeiro de 1975 e de 15 de janeiro de 1975 a 12 de dezembro de 1979.