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8 de Fevereiro de 2019

Sindmotoristas sedia debate sobre a licitação do transporte

Sindmotoristas sedia debate sobre a licitação do transporte

Na tarde dessa sexta-feira (8), o auditório do Sindmotoristas ficou lotado de trabalhadores e dirigentes sindicais, em sua maioria, do segmento de transportes. Um debate sobre o processo de licitação do transporte de ônibus foi sediado pela entidade, envolvendo grandes representantes das centrais sindicais.

O evento também contou com a presença do ilustre jornalista Adamo Bazani, um especialista na área do transporte, que lamentou a falta de concorrência na licitação. “Na sessão pública da entrega dos envelopes (05), dos 32 Lotes, apenas o Lote 7  recebeu mais de uma proposta. A concorrência é salutar, estimula a oferta de serviços com maior qualidade e menor tarifa. Agora, sem disputa, será atribuição das empresas apenas o que está estabelecido em edital”.

O jornalista chamou a atenção da plateia para o endividamento das empresas de ônibus, estimada em R$6 bilhões somente com o INSS. Para ele, o sindicato e a categoria devem estar atentos, pois essa dívida está diretamente ligada aos direitos dos trabalhadores. “A Prefeitura diz que não se envolve nas questões pertinentes às relações capital / trabalho, mas entendo que o Poder Público tem responsabilidade nessa discussão entre o sindicato dos condutores e as empresas de ônibus”.
Adamo Bazani destacou que no novo formato do sistema será considerada a avaliação do serviço pelos usuários. “A nota da população vai influenciar na remuneração das empresas. Só é preciso fiscalizar para que o patronal não jogue sobre os trabalhadores o ônus, caso a empresa seja mal avaliada”.

O assessor jurídico do Sindmotoristas, Dr. Juscelino Medeiros, lembrou que o presidente licenciado da entidade, Valdevan Noventa, entregou ao Poder Público um documento com uma série de indagações sobre a licitação, entre as quais, a situação dos cobradores, a redução da frota de ônibus – que refletirá nos postos de trabalho e como ficarão os direitos dos trabalhadores. “Sabemos que a função do cobrador só não foi extinta devido à resistência do sindicato, que tem travado uma luta árdua para garantir o emprego de 19 mil trabalhadores. Questionamos também as autoridades sobre as empresas que mudam de nome para se safarem das dívidas, o que pode comprometer a aposentadoria e outros direitos trabalhistas”.

O advogado disse ainda que as contestadas multas do RESAM fazem parte do documento, denunciando a dupla penalidade por infração de trânsito ao operador. Para Dr. Juscelino, é preciso fazer uma gestão jurídica e política para evitar prejuízos futuros aos companheiros condutores.

O presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado de São Paulo, Valdir de Souza Pestana, mostrou-se pessimista com o novo governo, pois acredita que os ataques aos direitos trabalhistas vão continuar. “Somente um sindicato forte, como é o Sindmotoristas, garantirá o cumprimento de direitos como 13º salário, hora extra, etc”.

Ao final do evento, o secretário de Manutenção, Naílton Francisco de Souza, sugeriu incluir na pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano o plano de carreira para todos os trabalhadores em transportes e que as cláusulas sociais sejam discutidas a cada três anos, e que somente as questões de ordem econômica sejam negociadas anualmente. As sugestões do dirigente foram consideradas para fazer parte da pauta dos trabalhadores.

Participaram ainda do debate Canindé Pegado (UGT);  Natal Leo, presidente do Sindicato dos Aposentados da UGT; Carlão (CUT), Renê Vicente (CTB), Luiz Gonçalves (NCST/SP), Uálaci Souza (Sindbeb), Veríssimo (Sindicargas/SP);  Máximo (Sindficot-vlp), Everaldo Bahía (Sindfretur), vereador de Suzano Netinho; vereador de Santos Ferrugem; os dirigentes do Sindmotoristas, Chiquinho, Moleque, Crizinho, Tega, Luciana, Zé Carlos Negão, Cipó, Dida e o assessor da presidência, Toninho.