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14 de novembro de 2024

Sindicato questiona efetividade dos cursos de reciclagem da SPTrans em entrevista à TV Globo

Sindicato questiona efetividade dos cursos de reciclagem da SPTrans em entrevista à TV Globo

A cidade de São Paulo já registrou em 2024, até outubro, 1.760 acidentes envolvendo ônibus coletivos municipais com vítimas, segundo dados do Programa de Redução de Acidentes (PRAT), da SPTrans. Ao todo, 276 motoristas foram afastados de suas funções no mesmo período.

Em resposta aos dados do portal G1, a São Paulo Transporte afirmou que os condutores afastados somente são liberados para retomar às atividades após a reciclagem do Curso de Direção Defensiva e a apresentação de exame de sanidade física e mental.

Entretanto, o secretário de organização e relações do trabalho, juventude e pessoas com deficiência do SMTTRUSP (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo), Nailton Francisco de Souza, em entrevista ao SP 1ª edição desta quinta-feira (14), destacou alguns fatores externos como preponderantes para as causas de acidentes com ônibus da cidade de São Paulo.

“Nos últimos anos, o trânsito piorou consideravelmente pelo excesso da quantidade de obras. E tudo isso trouxe prejuízo para o trânsito na cidade de São Paulo”, disse.

E complementa em relação às condições de trabalho, criticando as escalas exaustivas que são impostas aos operadores. “As escalas com 14, 15 horas diárias para atender a demanda da Tarifa Zero, que acabam sobrecarregando de forma perigosa nossos operadores em tabelas na semana e final de semana”.

Nailton também observou como insuficiente o treinamento oferecido pela SPTrans aos motoristas afastados. “O profissional é conduzido a uma sala para assistir uma série de apresentações, que na avaliação da entidade não é suficiente. O companheiro vai ao curso e no mesmo dia tem que retornar à jornada de trabalho. Ou seja, o processo de reciclagem não é bem conduzido”.

O SMTTRUSP compreende que os órgãos regulares do sistema de transporte público poderiam atuar junto à categoria de forma humanizada. Neste caso, não somente com abordagem teórica, mas investimento em apoio psicossocial pelo elevado de exigência física e mental pela qual os companheiros são expostos tanto no trabalho quanto na rotina diária.

“A abordagem humanizada ajudaria de forma efetiva no processo de reciclagem dos profissionais, que precisam estar saudáveis para cumprir sua função laboral a frente do volante”, destacou Nailton.

 

Garagem Escola

Na mesma entrevista – que não foi exibida – o secretário citou a importância do projeto Garagem Escola para investimentos e formação de motoristas e cobradores do sistema de transporte por ônibus na cidade de São Paulo. Inclusive, com lei aprovada na Câmara Municipal (16.060/2014) pelos vereadores e sancionada pelo então prefeito Fernando Haddad.

A Escola de Formação visa capacitar os trabalhadores do sistema de transporte, regulamentando e efetivando os ditames já previstos na Constituição Federal de 1988, Código de Trânsito Brasileiro, e Lei nº 12.619/2012 que regulamentou a profissão do motorista”, disse.

“Se este projeto fosse tirado do papel, a entidade poderia ajudar de forma significativa no trabalho de qualificação e requalificação dos profissionais, num amplo trabalho junto aos companheiros com cursos e demais ações nas garagens”.

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/11/14/cidade-de-sp-ja-registrou-1760-acidentes-envolvendo-onibus-da-frota-municipal-em-2024-diz-sptrans.ghtml