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10 de Março de 2025

Sindicato dos Motoristas exige punição aos ataques racistas sofridos pelo jogador Luighi do Palmeiras

Sindicato dos Motoristas exige punição aos ataques racistas sofridos pelo jogador Luighi do Palmeiras

O racismo, por mais que tentem abafar, tornou-se um ato epidêmico na sociedade. É um gesto asqueroso e percebido lamentavelmente em todas as esferas sociais.

No esporte, as ofensas contra jogadores pretos tem sido recorrentes. Caso recente, e repugnante, aconteceu num jogo da Copa Libertadores sub20, no Paraguai, onde o jogador do Palmeiras Luighi foi deliberadamente agredido por torcedores do Cerro Porteño, que imitaram macaco.

Mesmo as lágrimas de tristeza do jogador, em entrevista ao final da partida, até o momento não foram suficientes para disposição de medidas efetivas de combate aos criminosos, por parte da COMMEBOL (Confederação Sulamericana de Futebol) tão menos de órgãos públicos de segurança.

O secretário de combate ao racismo do SMTTRUSP (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo), José Carlos Souza Ferreira (Zé Carlos Negrão), ficou indignado com mais este episódio, e lançou luz para a falta de medidas punitivas aos criminosos.

“Quem ofende outra pessoa, num gesto de racismo, com intolerância a cor, gênero e predileção, comete crime e precisa ser punido de forma rigorosa. Sem clemência. Quando a justiça ou entidades brandam ou se cegam para estes casos, infelizmente, dão as mãos à impunidade”. E complementa. “O que vimos em rede nacional foi uma vergonha!!!”.

A pedido da secretaria, a direção do Sindicato emitiu comunicado oficial sobre o caso.

“A direção do SMTTRUSP (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo), em nome do presidente interino Valdemir dos Santos Soares (Moleque), vem a pedido da secretaria de combate ao racismo lamentar de forma veementemente os ataques racistas ao jovem jogador da Sociedade Esportiva Palmeiras, Luighi, exigindo punição exemplar aos criminosos que usaram de atos racistas para ultrajá-lo em seu local de trabalho, um estádio de futebol. A entidade se solidariza e se coloca à disposição do clube e do jogador para quaisquer providências. E seguirá combatendo e denunciando qualquer tipo de racismo contra os trabalhadores em nossa categoria”.

No Brasil, a Lei nº 7.716, de 1989, pune crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A injúria racial é punida com reclusão de 2 a 5 anos e multa.

Já no Paraguai, infelizmente, a Lei 6.940 de 2022 estabelece sanções para a prática de racismo, com penas que variam de multas entre 50 e 100 salários mínimos diários. As reincidências, por sua vez, implicam ao infrator pagamento o valor dobrado.

O Sindicato, na altura dos seus 91 anos de existência, sempre foi protagonista na luta por respeito, igualdade e diversidade na categoria, majoritariamente composta por pessoas de cor preta, com a presença de mais de 7 mil mulheres, bem como pessoas LGBTQIA+.

“Como agente social permanente, nosso Sindicato hipoteca apoio ao jogador, ao clube e vai batalhar em nossos fóruns de representação pela luta implacável contra o crime de intolerância. A sociedade precisa de respeito e harmonia entre as pessoas”, destacou Zé Carlos Negrão.