Presidente licenciado do Sindmotoristas, Valdevan Noventa, reafirma posição: sem cobrador, São Paulo não roda

Preocupado com os últimos acontecimentos, em que a Prefeitura de São Paulo manifestou a pretensão de extinguir a função de cobrador, o deputado federal e presidente licenciado do Sindmotoristas, Valdevan Noventa, realizou, nesta quinta-feira (27), uma reunião com diretores e delegados, no auditório da entidade.

Vários dirigentes criticaram a conduta do Poder Público, que tem faltado com a verdade com os trabalhadores em transportes. Isso porque, embora não assuma oficialmente, a Administração Municipal já articula um plano para reduzir o número de postos de trabalho no sistema. O alvo principal são os cobradores, cuja função está seriamente ameaçada de extinção.

Noventa cobrou de todos os participantes um discurso único em defesa do emprego da categoria. Disse que as promessas de reaproveitamento da mão de obra dos cobradores em outras áreas do sistema são improcedentes, pois não há como absorver esse contingente de trabalhadores, ainda mais se a decisão de retirar mais de mil ônibus de circulação for adiante.

Segundo o presidente do sindicato, a Prefeitura quer reduzir os custos do transporte público urbano e jogar a conta para os condutores pagarem. “Para isso, tem se utilizado de discursos fatalistas de que, a partir de setembro, não haverá recursos para subsidiar esse serviço público. Insensível ao drama social do país, que tem 14 milhões de desempregados e centenas de milhares de famílias desesperadas, sem ter de onde tirar seu sustento, o nosso Governante quer promover mais desemprego. Ao menos 20 mil pais e mães de família da nossa categoria carregam esse temor”, observou Noventa.

O Sindmotoristas há muito tempo está nessa batalha. Sai governo, entra governo e as ameaças são as mesmas. Mas, Noventa lembrou que, na sua primeira gestão, muitos companheiros deram como caso perdido a situação dos cobradores, menos ele. Naquele momento, fez uso da sua experiência parlamentar, na Câmara Municipal de Taboão da Serra, e abriu caminho para sucessivas vitórias sob o governo de Fernando Haddad. Os condutores venceram em todas as instâncias da justiça, inclusive, na Suprema Corte.

“Fui reeleito presidente dessa Casa pela maioria dos votos dos trabalhadores porque junto com a diretoria honrei os compromissos assumidos e nessa gestão não será diferente. Minha palavra não tem curva. Assim como, barramos a nova Lei Trabalhista, impediremos o desemprego na nossa categoria. Podem adquirir ônibus com novos layout, mas sem cobrador, ônibus não sai da garagem, São Paulo não roda”, afirmou o líder maior dos condutores.