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2 de setembro de 2018

Polícia Rodoviária Federal diz ser falso documento que fala em possível greve dos caminhoneiros

Polícia Rodoviária Federal diz ser falso documento que fala em possível greve dos caminhoneiros

Texto que circula nas redes sociais traz o timbre da PRF no início. ANTT confirmou que vai reajustar a tabela de fretes para compensar elevação de 13% do diesel

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou comunicado neste domingo, dia 2 de setembro de 2018, informando que é falso um comunicado que circula deste este sábado (1) nas redes sociais que admite a possibilidade de uma nova paralisação de caminhoneiros no país.

Trata-se de um documento de três páginas com o timbre da PRF no início, sem, no entanto, qualquer assinatura ou indicação de autoria. O portal UOL procurou a corporação, que afirmou não reconhecer o documento.

O texto faz menção ao aumento no preço do óleo diesel ocorrido nesta sexta-feira (Relembre), fato que desagradou aos transportadores e motivaria uma nova paralisação.

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Documento é falso, segundo a PRF informou ao portal UOL

Os novos valores foram divulgados na quinta-feira, 30 de agosto, pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e ficarão em vigor por 30 dias. O aumento será sentido com maior intensidade no Centro-Oeste do país, que terá aumento de 14,4%, com valor do litro do diesel a R$ 2,4094. No sudeste, a taxa de reajuste é a menor, de 10,5%, passando a R$ 2,3277 por litro. No Nordeste, o aumento será de 12,5%, com o litro do diesel custando R$ 2,2592. Por sua vez, no Sul, o reajuste será de 13,1%, passando o preço para R$ 2,3143 e, por fim, no Norte, 13,2%, com o valor a R$ 2,2281.

O suposto comunicado atribuído à PRF afirma que “diante deste cenário, não podemos descartar uma nova paralisação da categoria, embora a possibilidade seja bastante pequena”. E vai além: “Além disso, as lideranças são difusas, o que pode acarretar em manifestações pontuais e sem uma coordenação”.

Além disso, juntamente com a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e a PF (Polícia Federal), a organização diz acompanhar a situação de perto, afirmando por fim não haver ainda nenhuma posição oficial a respeito de uma possível nova paralisação.

Após o anúncio do diesel, os transportadores chegaram a solicitar à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) que fosse realizado um reajuste na tabela com os valores mínimos para o frete. Ontem à noite (dia 1º) a agência informou que, “devido à variação do preço do óleo diesel, promoverá os ajustes necessários”. Hoje, por meio de sua assessoria de imprensa, a ANTT voltou a afirma que vai promover ajustes na tabela de preços mínimos de frete devido à alta mais recente do diesel. A expectativa é que os ajustes sejam anunciados dentro de poucos dias.

A Lei nº 13.703, que determinou o preço mínimo para o transporte rodoviário de cargas, determina que sempre que o diesel subir mais de 10%, a tabela de frete (Resolução nº 5.820 da ANTT) deverá ser ajustada.

A ANTT informou que, em função disso, promoverá ajustes na resolução que trata da tabela do frete, conforme a previsão legal.

Uma reunião entre a agência e o Ministério dos Transportes deve ocorrer no decorrer desta semana para tratar do assunto.

O líder do Movimento dos Transportadores de Grãos do Mato Grosso disse ao jornal Folha de SP que o risco de paralisação seria real caso a ANTT não se posicionasse até o final desta semana.

Já a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) afirmou ter solicitado audiência com o governo para tratar do aumento do diesel. E finalizou em comunicado que como “sempre acreditou no diálogo, fará o possível para evitar uma nova paralisação”. A entidade afirmou que teria detectado focos de mobilização em aplicativos de mensagem.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes