Valdevan Noventa - Um líder não nasce por acaso!

15 de Abril de 2019

Na primeira rodada, Sindmotoristas rebate “choradeira patronal” com disposição de luta para buscar novas conquistas

Na primeira rodada, Sindmotoristas rebate “choradeira patronal”  com disposição de luta para buscar novas conquistas

Representantes dos trabalhadores e dos empresários de ônibus da cidade de São Paulo estiveram frente a frente na primeira rodada de negociação salarial, que aconteceu na manhã desta segunda-feira (15).

No encontro, o presidente em exercício, Valmir Santana da Paz (Sorriso), lembrou os presentes que a reunião é um momento esperado por toda a categoria e, por isso, a responsabilidade é grande. “Para chegarmos a um entendimento, o esforço tem que ser dividido igualmente pelas partes. Eu espero que a intransigência dos patrões dê lugar à cooperação. Se eles reconhecerem o valor dos trabalhadores, por meio da concessão de benefícios, fecharemos um acordo sem maiores complicações”.

Na oportunidade, Sorriso entregou ofício ao SPURBANUSS (sindicato patronal) solicitando que seja respeitada a data-base da categoria, a exemplo dos outros anos.

Em seguida, foi a vez do presidente licenciado do sindicato e deputado federal, Valdevan Noventa, fazer uso da palavra. O parlamentar destacou o papel da comissão de negociação que, aliás, recebeu uma preparação especial para essa negociação. “É preciso dar a devida importância ao crédito que a categoria nos concedeu. Todos, nós, estamos aqui com um único propósito: os condutores conquistarem mais uma campanha salarial vitoriosa”.

Na saudação, o presidente do SPUrbanuss, Francisco Christovam, acompanhado dos seus assessores técnicos e jurídicos, disse que os empresários gostariam de atender  a pauta dos trabalhadores, mas adiantou que problemas de ordem econômica devem privá-los desse desejo, assim como, as mudanças que vão acontecer no sistema, após a conclusão do processo de licitação.

Choradeira patronal

Mais uma vez o SPURBANUSS recorreu a velha e manjada estratégia de chorar dificuldades. Apresentou um levantamento sobre o funcionamento do setor em 2018, que sofreu uma queda no número de passageiros. A justificativa é que o transporte por ônibus travou uma concorrência acirrada com o transporte por aplicativos, bicicletas, patinetes e com as novas linhas do Metrô. “Atualmente, os ônibus representam apenas 24% do transporte da cidade de São Paulo. Nesse contexto, há de considerar também que a Prefeitura deixou de repassar às empresas 174 milhões, ou seja, o setor fechou no vermelho o ano passado”, afirmou o advogado do sindicato patronal, Pavani Jr.

Pauta “Bomba”

Esse jogo de resistência que os patrões tentam fazer nas negociações é previsível para os dirigentes do Sindmotoristas, a surpresa ficou por conta da apresentação de uma pauta “bomba” dos empresários que prevê, entre outros absurdos, jornada flexível, banco de horas, intervalo de uma hora não remunerada, zero de PLR e o fim da função de cobrador.

Pavani Jr reconheceu que em um primeiro momento a lei municipal que garantia a presença do segundo homem dentro ônibus foi um impedimento para decretar o fim dos cobradores. Porém, posteriormente, o Tribunal de Justiça deu parecer pela inconstitucionalidade da lei. “Depois a permanência desses profissionais no sistema foi mérito da luta comandada pelo presidente Noventa junto com a categoria. Entre todas as capitais do país, somente São Paulo ainda tem cobrador”.

Os representantes dos trabalhadores não levaram a sério a tal pauta, aliás, consideraram uma piada de muito mau gosto.

“Ou pelo diálogo ou pela luta, condutores vão avançar nas conquistas salariais e sociais”

O presidente Sorriso disse que os empresários começaram as negociações com o pé esquerdo e foi mais além ao afirmar que os trabalhadores não vão pagar o custo do transporte dessa cidade.

“A licitação vai garantir 20 anos de exploração do serviço de transporte urbano da capital paulista. O que se tem a lamentar é que o Poder Público e os empresários excluíram os trabalhadores dos lucros que vão ter ao longo desse anos”, observou com decepção o secretário geral, Francisco Xavier da Silva (Chiquinho).

Por fim, o líder dos condutores, o deputado Valdevan Noventa, declarou que o patronal foi muito infeliz nas suas palavras. “O país tem 13 milhões de desempregados e quase 30 milhões de trabalhadores no subemprego. Sem se importar com a tragédia social, querem colocar no “olho da rua” 19 mil pais e mães de família que garantem o sustento dos seus dependentes trabalhando como cobradores. É no mínimo desumano”.

Noventa ainda criticou a falta de um representante do Poder Público da mesa de negociação, que também é parte interessada em um acordo. E numa mensagem de otimismo para a categoria afirmou que “não importa os obstáculos, vamos dar a volta por cima e garantir um vitória nesta campanha salarial, se Deus quiser”.

 

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