Manifesto de reorganização do Grupo Resgate Raiz é aprovado em plenária no SMTTRUSP
Por unanimidade os integrantes do Grupo Resgate Raiz aprovaram na plenária realizada na quarta-feira (27), no auditório do SMTTRUSP – Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transportes, o “Manifesto de Reorganização” do agrupamento, apresentado por Nailton Francisco de Souza (Porreta), Secretário de Organização, Relações do Trabalho, Juventude e PDC – Pessoas Com Deficiência do SMTTRUSP.
De acordo com o texto, a ideia de criar um grupo de companheiros e companheiras que compartilhavam do mesmo desejo de mudar os rumos políticos e administrativos do SMTTRUSP, surgiu na Campanha Salarial de 1996 com objetivos claros de defesa intransigente do Trabalho e Emprego Decente na categoria.
Sendo que depois de 11 anos desativado de suas ações nas empresas de ônibus urbano da cidade de São Paulo, o GOR – Grupo O Resgate será reorganizado desta vez com o nome GRR – Grupo Resgate Raiz e voltará a debater e formular propostas em defesa da organização sindical, melhores condições de segurança e trabalho para os trabalhadores e trabalhadoras no sistema de transportes.
Em seus 28 anos de existência, 4 anos atuou como oposição, 13 deles no comando administrativo e político do sindicato, sendo que desde 2014 logo após derrota eleitoral, seus membros aos poucos se afastaram do cenário e das lutas da entidade o que desmotivou a participação organizacional de toda uma militância que ficou arrefecida.
À luz da História, contudo, não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente que a divisão dos principais líderes do agrupamento na época foi um erro capital que contribuiu para os retrocessos e perdas de conquistas históricas nas gestões passadas de (2014 a 2018) e (2019 a 2023), nos quais os interesses particulares de alguns diretores prevaleceram em detrimento do coletivo.
A História não é apenas uma descrição de fatos, que se sucedem uns aos outros. Ela é o mais poderoso instrumento de que o homem dispõe para seguir com segurança rumo ao futuro: aprende-se com os erros cometidos e se enriquece ao reconhecê-los. E será com muita humildade e perseverança que membros da atual diretoria decidiram resgatar esta história e seguir em frente.
Assim que assumiram a direção do Sindicato dos Motoristas – SP a partir de 2000, a dívida da entidade era enorme, mais de sete milhões. A sede central toda depredada pelo abandono e literalmente caia aos pedaços. As subsedes estavam todas penhoradas pela Justiça. Os patrões deitavam e rolava em cima da categoria, o sistema de transportes estava sem comando.
Em pouco tempo e com muito empenho lutaram e, já no decorrer do ano, começaram pela reforma total da sede e a implantação do Departamento Odontológico, renegociações e pagamento de dívidas, reaparelhamento das subsedes, Colônia e Balneário, implantação do Departamento de Multas e Despachante, entre outros benefícios.
Nas garagens a luta não foi diferente, foram greves, mobilizações e protestos em defesa dos direitos da categoria que culminou com o fechamento da Campanha Salarial 2001, no mês de agosto, onde após muita mobilização, conquistaram a Redução da Jornada diária de 7h10 para 7h00, e a jornada efetivamente trabalhada passou a ser de 6h30 com 30 minutos de refeição remunerada.
Assim que surgiu o grupo sua primeira batalha foi travada na gestão do prefeito Celso Pitta, na ocasião da implantação das catracas eletrônicas depois de muita determinação da militância e coragem dos diretores da entidade da época (Jorginho, Diniz, Piauí e Cícero), os postos de trabalho foram mantidos, mesmo com a instalação dos equipamentos.
Após uma tumultuada eleição em 2000, a diretoria eleita era 100% com integrantes do grupo. Logo no início do mandato a prioridade foi lutar para acabar com os frequentes atrasos de vale, pagamento, ticket, 13º salário entre outros benefícios e, tudo que poderia ter sido feito, no campo jurídico e político, foi feito para evitar as demissões que ocorreram na gestão de Marta Suplicy.
Que promoveu mudanças estruturais após aprovação da Lei nº 13.241 de 12 de dezembro de 2001, em que licitou todas as linhas do sistema e descredenciou mais de 20 empresas o que gerou inúmeros conflitos entre a diretoria do SMTTRUSP, patrões e Administração Municipal. Por sua bravura, diretores pagaram um preço que foram prisões arbitrárias em maio de 2003.
Se posicionar com firmeza ao lado da categoria, na luta pela garantia do emprego dos mais de 19 mil país de família, além de ter sido uma obrigação, foi uma decisão acertada. Na eleição para renovar a diretoria, a CHAPA1 do sindicato derrotou os detratores de plantão a serviço do patrão. O episódio ficou conhecido como: “A guerra nos transportes”.
O embate arranhou a imagem da entidade perante a opinião pública, nos meios de comunicação em geral, nas polícias e nas instituições públicas. Enfrentar os desafios para retirar a entidade das páginas policiais, passou a ser prioridade da diretoria, por entender que só se mantém e ampliam conquistas com um sindicato forte, confiável e apoiado por seus representados
Habilidade, inteligência, paciência, empreendedorismo e compromisso sério com a categoria, sempre foi a marca registrada dos membros do Grupo O Resgate, que souberam enfrentar os governos Serra/Kassab, em conjunturas políticas e econômicas bem adversas à classe trabalhadora, mesmo assim barraram em 2005 a redução de 500 ônibus na frota.
Com lutas foram garantidos o emprego de milhares de cobradores e motoristas, conquistas de reajustes dos salários com índices bem acima da inflação, PR – Participação dos Resultados, barrados descontos de multas do RESAM, foram fundadas a Cooperativa Habitacional, Instituto O Resgate, Auto Escola O Resgate e construção de apartamentos em Praia Grande dentre outras ações.
Conquistas do Grupo O resgate
Redução de 10 minutos na jornada de trabalho sem redução do salário;
Reajuste no valor facial do vale refeição que estava congelado por muitos anos;
Retorno odontológico para atender os associados e seus familiares;
Compra do clube de campo em Santa Isabel;
Reformas do prédio do Sindicato e também de todas as Colônias de Férias;
Criamos as Secretarias de Habitação e da Mulher e Departamento de Manutenção;
Fundação e colocamos para funcionar os projetos da Cooperativa Habitacional;
Reformulamos o Departamento Jurídico para melhor atendê-los;
Criamos o Instituto O Resgate para subsidiar cursos de formação para os trabalhadores;
Construímos em Praia Grande 48 apartamentos no Balneário (o projeto ficou parado na gaveta por mais de 22 anos);
Acabamos com os frequentes atrasos de pagamentos, entrega do ticket e também no 13º salário;
Fim das multas do RESAM;
Acabou com a obrigatoriedade de uso do Condubus;
Conquistamos Plano de Saúde individual pago pela empresa, ou seja, resgatamos a dignidade dos (as) trabalhadores (as), que estavam abandonados;
Lutou e apoiou em 2001 a iniciativa do então vereador Alcides Amazonas (PCdo B), que aprovou na Câmara Municipal de São Paulo a Lei 13. 407 que garante os postos de trabalho dos cobradores;
Construção de novas salas na Subsede Leste;
Reformas no CMTC Clube;
Foi reinaugurada a Subsede Sudeste;
Retorno do Sistema Bate e Volta em Praia Grande;
Inauguração da Subsede Sul;
Abriu processos para aquisição do adicional de insalubridade referente à Vibração de Corpo Inteiro (VCI);
Apoiou integralmente a luta pela regulamentação da profissão de motorista (Lei 12.619/12);
Saneou as dívidas do Sindicato e reestabeleceu o crédito nos Bancos, dentre outras.