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21 de Janeiro de 2019

Gestão Covas já inclui novos nomes de antigas empresas de ônibus nos contratos emergenciais antes de licitação

Gestão Covas já inclui novos nomes de antigas empresas de ônibus nos contratos emergenciais antes de licitação

KBPX corresponde à Transkuba. Documento deixa claro que Via Sudeste é subsidiária da Via Sul 

Nos novos contratos emergenciais dos transportes da cidade de São Paulo, novos nomes de empresas tradicionais já surgem como operadoras do sistema no período pré-licitação.

É o caso da KBPX Administração e Participação Ltda para a área 7 – vinho , região sudoeste.

Neste sábado, 19 de janeiro de 2019, a gestão Bruno Covas publicou extratos dos contratos emergenciais assinados ontem com as viações.

Como mostrou com exclusividade o Diário do Transporte, as novas contratações emergenciais vão valer por seis meses (prazo que em que deve estar concluída a licitação, se não houver nenhum outro entrave) e vão custar à cidade, R$ 2,5 bilhões.

A previsão é que nesta próxima quarta-feira, 23 de janeiro de 2019, sejam abertos os envelopes com as propostas das viações.

A KBPX corresponde à Transkuba, da família Kuba, nome que surgiu no período posterior à privatização da CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos nos anos 1990.

Ambas as empresas têm membros da família em comum e são registradas no mesmo endereço.

 

No extrato oficializado neste sábado também consta a Ambiental Transportes, da área 4,zo – vermelha, zona leste, aparece com autorização para operar a área 7.

As contratações emergenciais se referem ao subsistema estrutural, operado por ônibus maiores que servem a região central.

Ainda em relação à movimentação das empresas no período pré-licitação, uma ata obtida pelo Diário do Transporte revela a “nova” empresa Via Sudeste como uma subsidiária da Via Sul, companhia que já atua no sistema.

Outro nome novo de empresa de ônibus que veio à tona no período de pré-licitação é a High Mobility Two Transportes Ltda.

A empresa está registrada no mesmo endereço da Transppass, que atende a área 08 Laranja, correspondente à zona oeste da cidade.

Tanto a High Mobility Two Transportes Ltda como a Transppass ficam na Avenida Torres de Oliveira, 435, no Jaguaré.

A “nova” empresa tem como um dos sócios, Felipe Ricardo Batista dos Santos, que também está no quadro societário da Transppass.

Ainda está na sociedade da High Mobility Two a Arvida Administração e Participações S.A. que está em nome de Felipe Ricardo Batista dos Santos e de Luiz Eduardo Pinto Rica.

Além dos novos nomes para empresas que já atuam na cidade, a reportagem noticiou uma readequação operacional na área 06-azul claro , na zona Sul, devido à compra da Tupi Transportes Urbanos, uma das empresas mais antigas da cidade, com 60 anos, pela MobiBrasil, que atua há cerca de dez anos na capital paulista e tem origem em Pernambuco.

 

DANÇA DE CADEIRAS COM A LICITAÇÃO:

Empresas de grupos tradicionais de São Paulo, como das famílias Ruas e Abreu, estão surgindo com novos nomes. São os casos da Viação Grajaú, para a Viação Cidade Dutra, na zona Sul, e a Viação Sudeste, para a Via Sul.

A criação de novas empresas para a participação em licitações, em si, não é uma prática ilegal e tem ocorrido em outros setores também. Não há relação com a aquisição da Tupi pela MobiBrasil, na zona Sul.

Uma das características no caso dos ônibus da capital paulista é que na Junta Comercial do Estado de São Paulo é que nem todas estas empresas aparecem com os nomes dos donos, mas de diretores que, inclusive, têm o mandato constituído e com prazo determinado.

Outra característica é que estas “novas” empresas de grupos antigos foram constituídas nos últimos meses do ano de 2018, ou seja, perto da data de abertura de envelopes da licitação, marcada para 23 de janeiro.

São estas companhias que devem apresentar as propostas. Muito embora, alguns dos nomes “antigos” também devem participar.

Além de serem “empresas novas”, sem nenhum tipo de questionamento jurídico, com o INSS – Instituo Nacional de Seguridade Social ou fiscal, estas viações de grupos tradicionais que estão surgindo também foram criadas com vistas ao novo modelo de linhas desenhado pelo poder público.

Pela proposta da prefeitura, o sistema de transportes que hoje tem um subsistema local (antigas cooperativas que operam nos bairros) e um subsistema estrutural, vai ser dividido em três tipos de operação.

Será incluído o subsistema de articulação regional, que vai ser intermediário, sendo formado por linhas que vão ligar os bairros até às centralidades regionais (por exemplo: Jardim Marajoara ao Jabaquara) ou então que ligarão regiões diferentes sem passar pelo centro da cidade.

É justamente a criação deste subsistema intermediário que deve provocar um rearranjo entre empresas da cidade de São Paulo, isso porque, o novo conjunto de linhas vai pegar parte do que hoje é operado pelas empresas do subsistema estrutural e parte das operações do subsistema local.

A Viação Cidade Dutra, que tem consigo a Viação Grajaú,deve continuar atuando na região também e assumiu uma pequena parte das linhas da Tupi.

Outra companhia de ônibus que deve se destacar ainda mais na zona Sul, mas com origem no subsistema local, é a Transwolff Transportes e Turismo.

A Transwolff surgiu da cooperativa de “perueiros” Cooper Pam e hoje tem como principal sócio, Luiz Carlos Efigênio Pacheco. A empresa também assume outra parte das linhas que eram de responsabilidade da Tupi.

Integra também a sociedade da Transwolff, a M.J.S. Participações, composta por Pacheco e Moisés Gomes Pinto.

A companhia, além de renovar grande parte de sua frota, inclusive para as novas operações na parte das  linhas que eram prestadas pela Tupi, tem participado de projetos especiais, como a operação experimental de 15 ônibus elétricos fabricados pela BYD cuja geração de energia vai contar com uma fazenda dotada de placas de painéis solares.

A eletricidade será gerada por energia solar, sendo lançada para o Operador Nacional do Sistema, que fará a compensação em forma de crédito.

Essa energia é usada por uma infraestrutura própria na garagem para abastecer os ônibus elétricos.

Os três primeiros ônibus tiveram direito a apresentação do prefeito Bruno Covas.