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5 de junho de 2018

Frota de ônibus de São Paulo: em 4,5 anos, número de articulados sobe mais de 80% na cidade

Frota de ônibus de São Paulo: em 4,5 anos, número de articulados sobe mais de 80% na cidade

Total de biarticulados e ônibus básicos cai no mesmo período

Aumentar ou manter a oferta de lugares no sistema de transportes, mas reduzindo a frota de ônibus. O objetivo já pensado na licitação dos serviços da cidade de São Paulo de 2003, na época de Marta Suplicy frente à prefeitura, cujos contratos venceram em 2013 e estão sendo renovados até a realização de uma nova concorrência, só começou a ganhar fôlego em 2012.

É o que mostra auditoria sobre o sistema de transportes realizada pelo Tribunal de Contas do Município, com base em dados da SPTrans e das empresas de ônibus, a qual o Diário do Transporte teve acesso.

O total geral da frota de ônibus caiu de 14.960 veículos em 2012 para 14.519 no primeiro semestre deste ano, ou seja, 3,03% menos de veículos.

Entretanto, no mesmo período, o número de ônibus articulados, que têm maior capacidade de lotação, subiu 81,2%, passando de 1.282 veículos em 2012 para 2.323 no primeiro semestre deste ano. Os dados incluem os “superarticulados”, nome comercial da fabricante Mercedes-Benz dado a ônibus articulados de 23 metros, com lotação de até 171 pessoas. Os demais articulados de 18,6 metros têm capacidade para 130 passageiros, em média.

Nesta semana, o Diário do Transporte noticiou que várias empresas de ônibus têm adotado modelos de alta capacidade. Somente a VIP – Viação Itaim Paulista, que atende parte da zona leste, adquiriu 60 unidades. Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2017/07/24/zona-leste-recebe-os-primeiros-20-novos-superarticulados-de-um-lote-de-60-veiculos/

Caiu o número de ônibus básicos (com motor dianteiro, em torno de 12,7 metros). São 43,18 % menos veículos deste tipo, ainda de acordo com a auditoria. Em 2012, eram 4287 ônibus básicos e na primeira metade deste ano, são 2994 veículos.

A frota de ônibus “Padron”, com motor traseiro e, em média, com 13,2 metros de comprimento, caiu 4,28%, passando de 3978 unidades em 2012 para 3823 no início deste ano.

Parte dos ônibus “Padron”, de acordo com o relatório, foi substituída pelos articulados.

Se, o total de articulados subiu, a frota de biarticulados, ônibus de 28 metros de comprimento e capacidade para mais de 220 pessoas, caiu de 259 veículos para 207. Os veículos são muito grandes para manobras em algumas regiões, mas são indicados para corredores de alta demanda.

Também cresceu o total de ônibus mídis, os chamados “micrões”, em especial entre as empresas que surgiram das cooperativas no subsistema local. Estes veículos substituíram vários micro-ônibus.  A frota subiu 64,63% de 1080 veículos em 2012 para 1777 no primeiro semestre deste ano. Com até 12 metros de comprimento, estes veículos são menores que os básicos e maiores que os micros.

Houve crescimento também no total de veículos com wi-fi,  ar-condicionado e carregadores USB para celulares e outros dispositivos móveis. O número de ônibus acessíveis ainda não corresponde ao total da frota de ônibus municipais.

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Com a licitação, este processo deve ser intensificado. O objetivo é reduzir linhas e frota, mas aumentar a oferta de lugares.

Em diversas ocasiões, o prefeito João Doria afirmou que em corredores e linhas de alta demanda, a SPTrans vai admitir apenas ônibus articulados, superarticulados e biarticulados.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2017/04/26/doria-fala-em-fim-do-cartao-do-bilhete-unico-e-dos-cobradores-andando-de-onibus-pela-3a-vez/

ESTUDO DO IEMA:

Conforme noticiamos nesta semana, recente estudo do IEMA – Instituto de Energia e Meio Ambiente – feito nas ruas de São Paulo, observou que nos anos recentes (após 2013) houve uma significativa mudança na composição da frota de ônibus municipais em termos de tamanho e fase tecnológica. O Instituto constatou que as alterações na composição da frota, que teve um sensível aumento no porte dos veículos, resultou em um aumento de 0,45% no consumo de combustível por quilômetro, mas em contrapartida apresentou uma redução em 4,42% de emissão de material particulado por quilômetro. O estudo conclui que a implantação de faixas exclusivas, combinada com a evolução da tecnologia e o aumento do porte dos ônibus utilizados, pode potencializar a redução de emissões de poluentes e do consumo de combustível por passageiro transportado.