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27 de novembro de 2024

Em plenária histórica, agrupamento Resgate Raiz se reorganiza para as lutas em defesa dos trabalhadores

Em plenária histórica, agrupamento Resgate Raiz se reorganiza para as lutas em defesa dos trabalhadores

O agrupamento Resgate Raiz realizou nesta quarta-feira (27) uma grande plenária de reorganização com a presença em massa de lideranças sindicais, membros da diretoria, delegados e militantes. O encontro histórico aconteceu na sede do SMTTRUSP (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo).

Formado em 1996, o Grupo Resgate Raiz – antes Grupo O Resgate – transformou-se no maior e mais importante agrupamento de representação dos trabalhadores e entidades sindicais do transporte na América Latina. E sua reorganização, neste momento, pavimenta um passo relevante no trabalho feito pelo Sindicato em defesa da categoria.

Depois de 11 anos desativado de suas ações nas empresas de ônibus urbano da cidade de São Paulo, o agrupamento será reorganizado e voltará a debater e formular propostas em defesa da organização sindical, melhores condições de segurança e trabalho para os trabalhadores e trabalhadoras no sistema de transportes.

“Este grupo é parte, organismo vivo e forte de luta dos trabalhadores e da nossa categoria. Fomos responsáveis por momentos históricos e daqui pra frente seguiremos unidos para o resgate do valor, da autoestima e de nossas conquistas”, afirmou o presidente Edivaldo Santiago.

História cunhada na luta

Durante o encontro do agrupamento, importantes lideranças que ajudaram em sua formação destacaram seu poder de unidade, de luta e de mobilização ao longo da jornada. Conquistas expressivas em Campanhas Salariais, reestruturação do Sindicato, investimentos em estruturas e benefícios aos trabalhadores, defesa dos cobradores nos postos de trabalho, eleição de companheiros a cargos parlamentares, inserção das mulheres na categoria, participação efetiva em pautas sindicais, como a regulamentação da profissão do motorista, dentre outras tantas contribuições.

O companheiro Luiz Gonçalves, ex-presidente e atual diretor do SMTTRUSP, por exemplo, destacou a luta do Sindicato em 2001 contra a prefeitura, que impôs a Lei no 13.241 de 12 de dezembro de 2001, licitou todas as linhas do sistema e descredenciou mais de 20 empresas. “Pressionamos as empresas e a administração, impedindo a demissão em massa de trabalhadores. “Por nossa bravura, diretores pagaram um preço com prisões arbitrárias em maio de 2003, mas nós não baixamos a guarda”, destacou.

Dedicação e trabalho do agrupamento

Em sua fala, o vice-presidente do SMTTRUSP, Valdemir dos Santos Soares (Moleque) – que a partir de 10 de dezembro assume a presidência da entidade – pediu aos companheiros e companheiras “dedicação e trabalho” para fortalecimento do agrupamento.

“Nosso projeto é grande, pois vamos estar inseridos na vida do trabalhador de forma permanente, com amplo trabalho de base. Com ações políticas, cursos, encontros, enfim, vamos marcar esta nova etapa”, afirmou.

O agrupamento, segundo Moleque, vai intensificar sua atuação nos grandes fóruns de debates políticos e sindicais, com o objetivo de discutir de forma efetiva as grandes pautas da categoria. “O grupo Resgate Raiz estará na linha de frente, com protagonismo nas grandes discussões que envolvem o transporte público e seus trabalhadores”.

Retrocessos do ex-presidente

A secretária da Mulher, Edna Andrade, fez uma ampla leitura do período de retrocessos do ex-presidente, entre 2014 a 2022, que foi marcada por várias perdas de benefícios na Convenção Coletiva, sucateamento das estruturas do Sindicato e uma série de dívidas.

Ao todo, foram listados 20 pontos, com destaque negativo para a implantação da 1 hora de Refeição não Remunerada na categoria, o desconto em caso de faltas ao trabalho mesmo com justificativa, sem PLR em 2017, 2020 e 2022, 09 anos sem reajuste real nos salários, bem como as dívidas acumuladas pela entidade acima dos 70 milhões de Reais.

O documento com os diversos problema citados foi encaminhado aos diretores, delegados e militantes para discussão nas bases. Um descaso com a categoria.

“Esses cidadão quase implodiu a categoria com seus desmandos e todo tipo de armação para subtrair os direitos dos trabalhadores”, critica Edivaldo, mas observa. “Vamos organizar as linhas de ação, com apoio do agrupamento, em prol de uma gestão firme e organizada para resgatar o que é nosso por direito”.

Resoluções aprovadas

Por unanimidade, os companheiros e companheiras presentes à plenária aprovaram a formação do organização de representação, que engloba Coordenação-Geral, Coordenações Regionais (Sul, Leste, Norte, Sudeste e Oeste) e Conselho Consultivo com a presença de lideranças sindicais de outros setores do transporte.

“Nenhuma categoria é mais forte e representativa quanto a nossa em toda América Latina. Portanto o agrupamento se reorganiza para atuar junto aos trabalhadores nas bases. O Resgate Raiz retorna com força, organização e liderança para cuidar dos interesses da categoria não apenas na cidade de São Paulo, mas em todo país”, destacou o presidente Edivaldo Santiago, um dos criadores dos agrupamento.

Investimento em formação

Neste novo momento de luta, o agrupamento Resgate Raiz está trabalhando na formação e conscientização da categoria. Adquiriu o Centro de Treinamento e Formação (CEVAT-RESGATE) com cursos de qualificação, graduação e pós-graduação em parceria com a UNIFAEL, Auto Escola (em breve com suas atividades) e o Instituto O Resgate como centro de debate e formação política e sindical dos trabalhadores.