Companheira de luta das mulheres da categoria participa do Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais no G20 Social
Lideranças das principais centrais sindicais e entidades filiadas participaram de forma efetiva da cúpula social do G20 Brasil 2024: “construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, que neste ano teve como sede a cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 14 e 16 de novembro no Museu de Arte Moderna (MAM).
As mulheres guerreiras de luta marcaram sua presença no evento internacional. E mais importante, fincaram sua bandeira no combate permanente e inadiável às desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho e ambiente social.
O Fórum Nacional das Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais (NCST, UGT, CUT, CTB, CSB, Força Sindical e Intersindical) com apoio do DIEESE, promoveu amplo debate sobre o tema, onde ao final foi elaborado documento com 16 propostas encaminhadas à cúpula dos chefes de Governo e Estado, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como uma contribuição do FNMTCS, DIEESE e sociedade civil brasileira.
O SMTTRUSP esteve representado no G20 pela assessora da diretoria e secretária estadual e nacional de Promoção de Igualdade Racional e de Gênero da Nova Central Sindical de Trabalhadores, Catia Laurindo (Nega Show). “A ação foi uma oportunidade única de ampliar vozes e demandas das nossas guerreiras. Vamos trabalhar forte para reduzir as desigualdades no mundo do trabalho. A concorrência baseada nas desigualdades prejudica as trabalhadoras e o meio ambiente”, enfatizou em entrevista à TV Globo.
O encontro contou a participação da ministra da Mulher, Cida Gonçalves, representação de mulheres da China, secretarias nacionais de mulheres das centrais sindicais, a diretora técnica do DIEESE, Adriana Marcolino, dentre outras convidadas.
“Estamos diante de uma pauta que cada vez mais ganha força e compromisso assumido de nossa parte. As mulheres são maioria em nossa sociedade, essenciais e merece valorização e respeito, Tenho certeza que saímos mais fortalecidos, preparados e organizados nas lutas em defesa das nossas guerreiras”, afirmou Valdemir dos Santos Soares (Moleque), vice-presidente do Sindicato.
Síntese do documento
1) Os Estados devem promover políticas ativas de geração de trabalho e renda voltadas para as mulheres, com políticas específicas para mulheres negras;
2) Promover a efetivação e a ratificação das Convenções da OIT que promovem a igualdade de oportunidades;
3) Redução da jornada de trabalho sem redução de salários de modo a garantir tempo livre para as famílias e compartilhamento de cuidados;
4) Desenvolver programas de bolsas de estudo e qualificação direcionados às mulheres;
5) Promover a agricultura familiar coordenada por mulheres;
6) Fortalecer as políticas de economia solidária voltadas especificamente paras as mulheres e mulheres negras;
7) Garantir direitos trabalhistas, sociais e sindicais para todas as trabalhadoras domésticas;
8) Os Estados devem promover o acesso público, universal e de qualidade à saúde, educação, aos serviços de cuidado e seguridade ao longo de toda a vida das pessoas;
9) Garantir o acesso à previdência social de todas as mulheres;
10) Garantir a licença parental para pais, mães e adotantes;
11) Combater a violência e os assédios moral e sexual no mundo do trabalho;
12) Garantir a estabilidade no emprego e suporte psicológico e legal para trabalhadoras vítimas de violência doméstica;
13) Estímulo do Estado com relação ao acesso às vagas;
14) Prever a negociação dos Planos de Cargos, Carreiras e Salário (PCCS) entre empresas e entidades sindicais;
15) Os Estados devem promover a negociação coletiva de cláusulas de igualdade de gênero e de raça no mercado de trabalho; e
16) Criar legislações de igualdade salarial com a promoção da igualdade de gênero e raça nos locais de trabalho.
Declaração final
Ao final da cúpula social do G20, as lideranças sindicais subscreveram um expressivo documento com propostas da sociedade civil global – endereçado às lideranças dos países -, onde ressaltam a necessidade de atuar de forma objetiva em três pilares: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; sustentabilidade, mudanças do clima e transição justa e; reforma da governança global.
Ao final pedem que as lideranças assumam a responsabilidade de liderar uma transformação que seja efetivamente profunda e duradoura, cujos compromissos ambiciosos são essenciais para fortalecer as instituições internacionais, combater a fome e desigualdade, mitigar os impactos das mudança do clima e proteger nossos ecossistemas.
E concluem afirmando a importância conjunta da construção de uma agenda coletiva que honre o compromisso com a justiça social e a paz global.
“Parabenizamos a companheira Catia Laurindo e demais lideranças pelo excelente trabalho realizado, que foi fechado com propostas efetivas na busca por uma sociedade mais justa, soberana e igualitária para todos nós”, destaca o presidente Edivaldo Santiago.
G20
A Cúpula do G20 é a reunião entre os chefes de Estado ou de Governo dos países membros. O termo “Cúpula” tem origem em sua definição em inglês (“Summit”) e refere-se ao ponto mais alto de uma montanha. Portanto, a Cúpula é o momento de ápice das mais de cem reuniões do G20, ao longo de todo um ano.
O G20 é composto por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) e dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia. Os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial.