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18 de novembro de 2024

Companheira de luta das mulheres da categoria participa do Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais no G20 Social

Companheira de luta das mulheres da categoria participa do Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais no G20 Social

Lideranças das principais centrais sindicais e entidades filiadas participaram de forma efetiva da cúpula social do G20 Brasil 2024: “construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, que neste ano teve como sede a cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 14 e 16 de novembro no Museu de Arte Moderna (MAM).

As mulheres guerreiras de luta marcaram sua presença no evento internacional. E mais importante, fincaram sua bandeira no combate permanente e inadiável às desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho e ambiente social.

O Fórum Nacional das Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais (NCST, UGT, CUT, CTB, CSB, Força Sindical e Intersindical) com apoio do DIEESE, promoveu amplo debate sobre o tema, onde ao final foi elaborado documento com 16 propostas encaminhadas à cúpula dos chefes de Governo e Estado, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como uma contribuição do FNMTCS, DIEESE e sociedade civil brasileira.

O SMTTRUSP esteve representado no G20 pela assessora da diretoria e secretária estadual e nacional de Promoção de Igualdade Racional e de Gênero da Nova Central Sindical de Trabalhadores, Catia Laurindo (Nega Show). “A ação foi uma oportunidade única de ampliar vozes e demandas das nossas guerreiras. Vamos trabalhar forte para reduzir as desigualdades no mundo do trabalho. A concorrência baseada nas desigualdades prejudica as trabalhadoras e o meio ambiente”, enfatizou em entrevista à TV Globo.

O encontro contou a participação da ministra da Mulher, Cida Gonçalves, representação de mulheres da China, secretarias nacionais de mulheres das centrais sindicais, a diretora técnica do DIEESE, Adriana Marcolino, dentre outras convidadas.

“Estamos diante de uma pauta que cada vez mais ganha força e compromisso assumido de nossa parte. As mulheres são maioria em nossa sociedade, essenciais e merece valorização e respeito, Tenho certeza que saímos mais fortalecidos, preparados e organizados nas lutas em defesa das nossas guerreiras”, afirmou Valdemir dos Santos Soares (Moleque), vice-presidente do Sindicato.

 

Síntese do documento

1) Os Estados devem promover políticas ativas de geração de trabalho e renda voltadas para as mulheres, com políticas específicas para mulheres negras;

2) Promover a efetivação e a ratificação das Convenções da OIT que promovem a igualdade de oportunidades;

3) Redução da jornada de trabalho sem redução de salários de modo a garantir tempo livre para as famílias e compartilhamento de cuidados;

4) Desenvolver programas de bolsas de estudo e qualificação direcionados às mulheres;

5) Promover a agricultura familiar coordenada por mulheres;

6) Fortalecer as políticas de economia solidária voltadas especificamente paras as mulheres e mulheres negras;

7) Garantir direitos trabalhistas, sociais e sindicais para todas as trabalhadoras domésticas;

8) Os Estados devem promover o acesso público, universal e de qualidade à saúde, educação, aos serviços de cuidado e seguridade ao longo de toda a vida das pessoas;

9) Garantir o acesso à previdência social de todas as mulheres;

10) Garantir a licença parental para pais, mães e adotantes;

11) Combater a violência e os assédios moral e sexual no mundo do trabalho;

12) Garantir a estabilidade no emprego e suporte psicológico e legal para trabalhadoras vítimas de violência doméstica;

13) Estímulo do Estado com relação ao acesso às vagas;

14) Prever a negociação dos Planos de Cargos, Carreiras e Salário (PCCS) entre empresas e entidades sindicais;

15) Os Estados devem promover a negociação coletiva de cláusulas de igualdade de gênero e de raça no mercado de trabalho; e

16) Criar legislações de igualdade salarial com a promoção da igualdade de gênero e raça nos locais de trabalho.

 

Declaração final

Ao final da cúpula social do G20, as lideranças sindicais subscreveram um expressivo documento com propostas da sociedade civil global – endereçado às lideranças dos países -, onde ressaltam a necessidade de atuar de forma objetiva em três pilares: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; sustentabilidade, mudanças do clima e transição justa e; reforma da governança global.

Ao final pedem que as lideranças assumam a responsabilidade de liderar uma transformação que seja efetivamente profunda e duradoura, cujos compromissos ambiciosos são essenciais para fortalecer as instituições internacionais, combater a fome e desigualdade, mitigar os impactos das mudança do clima e proteger nossos ecossistemas.

E concluem afirmando a importância conjunta da construção de uma agenda coletiva que honre o compromisso com a justiça social e a paz global.

“Parabenizamos a companheira Catia Laurindo e demais lideranças pelo excelente trabalho realizado, que foi fechado com propostas efetivas na busca por uma sociedade mais justa, soberana e igualitária para todos nós”, destaca o presidente Edivaldo Santiago.

 

G20

A Cúpula do G20 é a reunião entre os chefes de Estado ou de Governo dos países membros. O termo “Cúpula” tem origem em sua definição em inglês (“Summit”) e refere-se ao ponto mais alto de uma montanha. Portanto, a Cúpula é o momento de ápice das mais de cem reuniões do G20, ao longo de todo um ano.

O G20 é composto por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) e dois órgãos regionais: a União Africana e a União Europeia. Os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial.