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5 de junho de 2018

Após cinco meses detido, cobrador prova a sua inocência

Após cinco meses detido, cobrador prova a sua inocência

    Bandidos soltos, inocentes presos. O cobrador da Viação Gato Preto, José Raimundo da Mota Alves, de 59 anos, entrou para as estatísticas de brasileiros detidos injustamente, enquanto os verdadeiros culpados são liberados antes mesmo de uma investigação minuciosa. Acusado de assédio sexual por uma passageira, fora do horário de trabalho, ele permaneceu cinco meses em regime fechado. Após depoimentos, audiências de custódia e dias difíceis longe da esposa e dos cinco filhos, o trabalhador sente-se aliviado em provar a sua inocência. A volta às ruas de São Paulo aconteceu esta semana. Sobre o ocorrido, ficam apenas as más lembranças e a certeza de que a Justiça tarda, mas não falha. 

     Tudo aconteceu no dia 23 de novembro do ano passado, por volta das 15h30, quando Raimundo ingressou em um coletivo em direção ao centro da Penha. O objetivo era apenas a retirada do resultado de um exame urológico. Mas, infelizmente, não foi só isso que aconteceu. “Sentei no segundo banco atrás do motorista, próximo ao corredor. A tal mulher já estava sentada ao lado da janela. O ônibus estava lotado, com muitas pessoas em pé ao meu redor. Quando cheguei no meu ponto e ia descer, ela saiu do seu lugar, veio em minha direção e começou a empurrar dizendo que eu havia passado a mão nas pernas delas”, relatou o cobrador, que chegou a ser agredido por outros passageiros. 

     Ele levou chutes e socos, até que a polícia foi acionada. Na delegacia, a suposta vítima apresentou uma versão diferente, dessa vez dizendo que Raimundo havia passado a mão no seu órgão genital três vezes. “A delegada pediu pra me levarem ao hospital para fazer exames, que não deram nada, afinal eu era inocente. Para a minha surpresa, quando eu voltei para a delegacia, ela já estava desfilando para a imprensa. Ao meu ver, parou em frente a uma viatura e disse que se eu não falasse que passei a mão nela, eu ia me ferrar. Recebi ordem de prisão”, contou o companheiro. Os próximos dias seriam de reclusão. 

     Raimundo ficou uma semana no CDP de Pinheiros e depois foi encaminhado para um presídio em Tremembé. Foram cinco meses e dez dias de prisão aguardando o julgamento. A audiência aconteceu no último dia 23 de abril, quando ele conseguiu provar a sua inocência. “Ninguém sabe o porquê dessa acusação, mas graças a Deus mostrei que estava falando a verdade. Ela contou muitas histórias diferentes, versões contraditórias. Minha versão foi sempre a mesma desde o momento dos fatos”, garantiu o cobrador. 

     Pronto para voltar ao trabalho, José Raimundo agradeceu todo o apoio oferecido pelo SINDMOTORISTAS. “Eles foram grandes amigos, me ajudaram muito”, afirmou. Para o presidente Valdevan Noventa, estar presente nos momentos difíceis da categoria é uma das principais missões do Sindicato. “É nessas situações que sabemos quem está ao nosso lado e a nossa entidade vai estar sempre junto aos trabalhadores”.