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5 de junho de 2018

Dinheiro que São Paulo economizar com redução de gastos poderá ir para subsídios ao sistema de ônibus, propõe Doria

Dinheiro que São Paulo economizar com redução de gastos poderá ir para subsídios ao sistema de ônibus, propõe Doria

Complementações previstas para o ano que vem devem ser menores do que 2017, mas ainda serão altos: R$ 2,3 bilhões

O dinheiro que a cidade de São Paulo economizar em 2018 com renegociações de contratos e cortes de gastos poderá ir para o subsídio ao transporte coletivo.

É o que propõe o projeto de lei 00686/2017, da gestão do prefeito João Doria, que estipula o Orçamento para o ano que vem que deve ser de R$ 56,26 bilhões (R$ 56.260.564.579,00).

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A SPTrans – São Paulo Transporte deve receber quase R$ 3 bilhões (R$ 2.993.757.490). Somente para subsídios ao sistema de ônibus municipais, serão R$ 2,32 bilhões.

O valor é alto, mas se for aprovado pelos vereadores, que têm regimentalmente até o dia 31 de dezembro para votarem a LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias, deve ser menor do que o previsto para este ano.

Em 2017, por causa de aumento de custos, do total de gratuidades que vem desde 2014 e pelo congelamento da tarifa unitária em R$ 3,80, uma decisão política do prefeito João Doria, os subsídios devem chegar a R$ 3,3 bilhões.

Projetando um aumento de tarifa para este ano, a gestão anterior do prefeito Fernando Haddad reservou R$ 1,75 bilhão para subsidiar a diferença entre o que os ônibus arrecadam e os custos de operação e gerenciamento.

Este valor se esgotou em julho de 2018. Desde então, a administração de João Doria tem realizado grandes remanejamentos de outras áreas da cidade para cobrir os custos operacionais do sistema de ônibus.

Somente neste ano, desde julho, foram transferidos para o sistema de transportes, R$ 669,4 milhões e a expectativa é que os subsídios cheguem até o final do ano a R$ 3,3 bilhões. Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2017/10/10/doria-remaneja-mais-r-594-milhoes-para-subsidiar-tarifas-de-onibus/

A capital paulista vive problemas crônicos nos transportes, como uma rede de linhas desatualizadas, com sobreposições e pouca oferta onde há mais demanda; ausência de fontes de custeio determinadas para as gratuidades e falta de prioridade aos ônibus no espaço urbano.

A cidade de São Paulo tem em torno de 17 mil quilômetros de vias. Entretanto, de acordo com a SPTrans, apenas 519 quilômetros são de faixas à direita, que nunca foram exclusivas para transporte coletivo, já que há a interferência de táxis e conversões de veículos comuns à direita, e 129,6 quilômetros de corredores à esquerda, dos quais apenas o “Expresso Tiradentes” realmente separa os ônibus do trânsito comum, com 11,5 quilômetros de extensão (8,5 km do Terminal Mercado ao Terminal Sacomã e 3 km da bifurcação até Vila Prudente).

Uma das alternativas apontadas pela administração Doria para começar a melhoria das finanças do sistema, pelo menos no tocante à reorganização de linhas e critérios de remuneração às empresas de ônibus, é a concretização da licitação dos transportes, que deveria ter sido realizada em 2013, mas depois das manifestações contra o valor das tarifas e pelo passe-livre, a prefeitura recuou. A administração Haddad contratou em 2014 a Ernst & Young, após licitação, para fazer uma verificação independente nas contas do sistema. O trabalho atrasou e somente na metade de 2015, a prefeitura lançou três editais: para o subsistema estrutural (linhas de ônibus com maior capacidade), subsistema local de articulação (linhas entre bairros ou áreas diferentes sem passar pelo centro da cidade) e subsistema local de distribuição (linhas até corredores e terminais de ônibus ou Metrô e trens da CPTM). O TCM – Tribunal de Contas do Município apontou uma série de irregularidades e os editais só foram liberados em julho de 2016. Como estava no final de mandato, Haddad deixou o certame para o próximo ciclo de gestão. O prefeito Fernando Haddad não conseguiu se reeleger. O sucessor, João Doria, eleito ainda em primeiro turno, prometeu o início da licitação em março, mas até agora, o certame não foi lançado. A justificativa é que falta definir um novo cronograma de restrição a poluição pelos ônibus em São Paulo, alterando um artigo na Lei de Mudanças Climáticas.