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5 de junho de 2018

Um em cada três mortos por atropelamentos em SP é idoso

Um em cada três mortos por  atropelamentos em SP é idoso

A cada grupo de 100 mil habitantes, 21 idosos morrem em acidentes de transporte terrestre no estado de São Paulo. O número é menor que a média do país, que registra 31,1 mortes por 100 mil habitantes, mas é superior ao de países considerados desenvolvidos em segurança viária, nos quais o quadro geral de mortos [incluindo idosos] em acidentes de trânsito não ultrapassa cinco mortes a cada grupo de 100 mil. 

Os dados fazem parte de um estudo elaborado pelo Observatório Paulista de Trânsito, vinculado ao Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), e apresentado hoje (30), durante ciclo de palestras sobre segurança viária para idosos, na sede do órgão. O estudo foi desenvolvido em parceria com a Fundación Mapfre.

De acordo com os dados, em 2013, ocorreram 44.812 pessoas morreram, em todo o país, em acidentes de transporte terrestre. Desse total, 6.598 eram idosos. No estado de São Paulo, morreram 6.809 pessoas, das quais 1.119 tinham mais de 60 anos.

No ano passado, 2.952 idosos vítimas de acidentes de trânsito foram internados no estado. No mesmo período, o registro nacional chegou a 14.908. Em 2013, segundo o estudo, 2.905 idosos foram internados em São Paulo em consequência de acidentes de trânsito, enquanto no país, o número foi 14,5 mil pessoas.

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Metade dos idosos que morreram no estado em 2013 por causa de acidentes de transporte terrestre foi vítima de atropelamento. Os atropelamentos também respondem por pouco mais da metade (55%) das internações de idosos em São Paulo no ano passado.

“O que observamos no estado é que os dois tipos de vítimas mais frequentes nessa faixa etária são por atropelamento nas vias ou por acidente dentro do automóvel”, informou o coordenador do Observatório de Trânsito do Detran, José Antonio Oka.

Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi o crescimento do número de idosos vítimas de quedas. “Parte delas ocorre nas vias. São quedas em coletivos, calçadas e ao atravessar a rua. Isso está provocando óbitos na população idosa. Os dados mostram que é preciso atenção e investigação para buscar soluções”, acrescentou José Antônio.

A capitã do Corpo de Bombeiros de São Paulo Adriana Leandro de Araújo disse que, embora não disponha de dados concretos, os bombeiros atendem muitas ocorrências envolvendo idosos no estado. Segundo Adriana, as principais ocorrências são quedas, acidentes de trânsito, incluindo atropelamentos, e também quedas no interior de veículos, principalmente de transporte público. Entre os motos,    9% são idosos, disse a capitã.

Para Antonio Oka, o grande número de idosos mortos em acidentes de trânsito pode ser explicada, em parte, pelo envelhecimento da população. “Há necessidade de os setores públicos e da sociedade se prepararem para a nova realidade. Precisamos de melhores opções de deslocamentos para esse público. Temos de adequar os semafóros para que os idosos possa atravessar as ruas”, disse ele. Além disso, o transporte público tem de ser adequado, acrescentou Oka, lembrando que há outros desafios para que a qualidade de vida dos idosos seja aperfeiçoada em relação à realidade atual.

Para evitar que os idosos sejam vítimas de acidentes de trânsito, há algumas recomendações gerais. “Como a forma mais comum é o atropelamento, a principal orientação é que o motorista, ao circular por uma área com muitos pedestres, redobre a atenção. É preciso diminuir a velocidade e dirigir com mais atenção. Quanto ao idoso condutor, ele precisa se informar com seu médico, nas consultas e na renovação da habilitação, sobre alguma limitação que esteja sofrendo”, enfatizou Oka.

“É preciso estar sempre atento ao que se está fazendo. Não andar com volume grande, sempre procurar atravessar [a rua] na faixa [de pedestre], respeitar os sinais de trânsito e ficar visível para os carros. Essa recomendação não é só para os idosos, mas para todos os pedestres”, concluiu a capitã Adriana Leandro.