Governo do Estado publica chamamento para estudos de concessão do monotrilho da Zona Leste
O Governo do Estado de São Paulo publicou neste, sábado 25 de fevereiro de 2017, o edital de convocação para apresentação de estudos com o objetivo de conceder à iniciativa privada a operação e manutenção da linha 15-Prata do monotrilho, que deve servir a zona leste da capital paulista. Apenas duas estações estão em operação.
A partir de hoje, os interessados têm dez dias para apresentarem perspectivas de demanda atual e para os próximos 30 anos. Também devem ser considerados os impactos das gratuidades e integrações com ônibus dos sistemas SPTrans e EMTU e com os trens da linha 10 Turquesa da CPTM e 2-Verde do Metrô:
O estudo deverá conter estimativas de demanda para a Linha 15, objeto do Projeto de Parceria, com proje ções para todo o prazo de concessão inicialmente previsto, detalhando-se a origem e o destino das viagens, os motivos das viagens (trabalho, estudo, lazer, etc), a caracterização dos possíveis usuários (idade, sexo, renda, escolaridade, etc), dentre outras informações pertinentes. De forma compilada, deverão ser apresentados estudos a respeito de: (i) projeção de demanda de passageiros para as Fases I, II e III; (ii) estimativa das transferências de passageiros entre as linhas que interseccionam a Linha 15; (iii) demanda total na hora-pico/diário; (iv) número de passageiros por sentido na hora-pico; (v) carregamento por sentido na hora pico; (vi) identificação da demanda de passageiros transportados dividindo-os nas categorias: (a) idoso, (b) estudante baixa renda, (c) estudante não baixa renda, (d) integrados do ônibus da SPTrans, (e) integrados do ônibus da EMTU, (f) integrados da Linha 2 – Verde do Metrô; (g) integrados da Linha 10 – Turquesa da CPTM; e (h)passageiros exclusivos da Linha 15 – Prata; (vii) evolução da demanda durante os próximos 30 anos, destacando para cada uma das categorias do item vi, acima; e (viii) formulação de cenários socioeconômicos e de transportes
O edital publicado neste sábado é o primeiro passo concreto para a iniciativa privada assumir as operações dos trens, estações, acessos de passageiros e manutenção de todo o sistema.
A expectativa inicial é de que a concessão seja por R$ 313 milhões com uma remuneração por passageiro de R$ 1,50 – pelos valores atuais.
Mas estes valores serão definidos após a apresentação destes estudos.
CONCESSÃO EM TRÊS ETAPAS:
A concessão da linha se dará em três etapas, segundo o edital de chamamento. A primeira é prevista para março de 2018, com a operação do trecho I envolvendo as estações Vila Prudente e Oratório (as únicas ainda em funcionamento) e as São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus. Na fase 2, é esperado o início da operação da estação Iguatemi para 2021. Também envolve a operação do trecho II completo: Vila Prudente, Oratório, São Lucas, Camiló Haddad, Vila Tolstói, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta, São Mateus e Iguatemi (“Trecho II”). Já a fase 3 engloba todo o projeto original do monotrilho, ainda sem data prevista: Ipiranga, Vila Prudente, Oratório, São Lucas, Camiló Haddad, Vila Tolstói, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta, São Mateus, Iguatemi, Jequiriçá, Jacu-Pêssego, Érico Semer, Márcio Beck, Cidade Tiradentes e Hospital Cidade Tiradentes
Acompanhe:
Os Estudos deverão considerar que concessão relativa à Linha 15-Prata será desenvolvida em 3 fases progressivas, envolvendo as seguintes atividades: (i) Fase I: adequação, operação, conservação e manutenção do trecho em operação da Linha 15-Prata, entre as estações Vila Prudente e Oratório, além do pátio de manutenção e estacionamento em Oratório (“Trecho Existente”), sendo que a futura concessionária também será responsável, ainda, pelo funcionamento das futuras estações São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus (“Trecho I”), dos terminais de integração intermodal São Mateus, do centro de controle operacional, do controle de acesso e da integração de passageiros, da segurança operacional e patrimonial, em parâmetros compatíveis com a demanda. O início da operação completa do Trecho I está previsto para março de 2018. (ii) Fase II: inicio da operação da estação Iguatemi, previsto para 2021. A futura concessionária será responsável pela operação, manutenção e conservação do trecho em execução da Linha 15-Prata, entre as estações Vila Prudente, Oratório, São Lucas, Camiló Haddad, Vila Tolstói, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta, São Mateus e Iguatemi (“Trecho II”), sendo a futura concessionária responsável, ainda, pelo controle de acesso e da integração de passageiros e da segurança operacional e patrimonial, em parâmetros compatíveis com a demanda. (iii) Fase III: operação, manutenção e conservação do trecho em execução da Linha 15-Prata, entre as estações Ipiranga, Vila Prudente, Oratório, São Lucas, Camiló Haddad, Vila Tolstói, Vila União, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta, São Mateus, Iguatemi, Jequiriçá, Jacu-Pêssego, Érico Semer, Márcio Beck, Cidade Tiradentes e Hospital Cidade Tiradentes (“Trecho III”), sendo a futura concessionária responsável, ainda, pelo controle de acesso e da integração de passageiros e da segurança operacional e patrimonial, em parâmetros compatíveis com a demanda. O início da operação deste Trecho ainda se encontra em fase de estudo.
LINHA 15-PRATA:
A linha 15 Prata deveria ter 26,7 quilômetros de extensão, 18 estações entre Ipiranga e Hospital Cidade Tiradentes ao custo R$ 3,5 bilhões com previsão de entrega total em 2012. Em 2015, orçamento ficou 105% mais alto, com o valor de R$ 7,2 bilhões. O custo por quilômetro sairia em 2010 por R$ 209 milhões, em 2015 por R$ 260 milhões e, no primeiro semestre de 2016, subiu para R$ 354 milhões. A previsão de 9 estações agora é para 2018. Está congelado o trecho entre Hospital Cidade Tiradentes e Iguatemi e Vila Prudente-Ipiranga.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes