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5 de junho de 2018

Doria sinaliza liberar faixas de ônibus para fretados, diz presidente da Fresp

Doria sinaliza liberar faixas de ônibus para fretados, diz presidente da Fresp

A cidade de São Paulo pode ter todas as faixas para ônibus urbanos e metropolitanos também liberadas para veículos de fretamento.

A sinalização foi dada pelo então candidato, João Doria, prefeito eleito da capital paulista, à Fresp – Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo.

Segundo o presidente da entidade, Silvio Tamelini, em entrevista ao Diário do Transporte por telefone, o prefeito eleito prometeu de forma genérica atuar junto com o setor, mas ao ser questionado especificamente sobre as faixas, se mostrou disposto a auxiliar na questão.

“Assumimos recentemente a presidência da Fresp e a expectativa é muito grande em relação às administrações novas, principalmente em, São Paulo, Campinas e nas cidades da região metropolitana. O que ocorre a capital acaba sendo seguido pelas demais cidades. Proibir os fretados nas faixas é um contrassenso. É um transporte privado, mas coletivo, capaz de tirar carros das ruas e, com isso, melhorar o trânsito” – defende Tamelini.

Por dia, são em torno de 500 mil viagens de fretamento em toda a região metropolitana de São Paulo.

A restrição de circulação dos fretados ocorreu na gestão de Gilberto Kassab, em 27 de julho de 2009. Na atual gestão do prefeito Fernando Haddad, alguns espaços foram liberados para ônibus e vans de fretamento, mas as empresas dizem que, apesar de positiva, a medida é ainda insuficiente.

Tamelini também criticou o que chama de falta de seriedade das prefeituras em relação ao transporte de fretamento. Segundo ele, o fretado não disputa espaço e demanda com transporte público, mas pode ter impactos na redução do total de viagens de transporte privado individual, como carros e motos.

“Nas cidades quase não há nada sobre fretamento nos seus planos de mobilidade.  O tema não é levado a sério, só existem promessas” – disse Tamelini.

Em alguns países, como nos Estados Unidos, diversas cidades liberaram faixas para ônibus de fretamento para auxiliar na redução dos congestionamentos.

Em relação às outras demandas do setor, Tamelini destacou pontos como a exigência de acessibilidade e de contratação de menores aprendizes e pessoas portadoras de deficiência física pelas empresas.

Para o executivo não é necessário exigir que todos os ônibus fretados tenham dispositivos como elevadores pelo fato de a característica da demanda de passageiros ser pré-definida.

“Caso haja, por exemplo, um passageiro com deficiência, logo deslocamos um ônibus adequado, se for necessário, mas o total de usuários nestas condições é pequeno. Nós sabemos cm antecedência quem vamos transportar”

Sobre a cota dos trabalhadores com deficiência, Tomelini disse que para as empresas, o cumprimento das regras é mais difícil. O mesmo ocorre com o Programa Jovem Aprendiz.

“A maior parte dos trabalhadores é de setores como mecânica e operação. Dependendo da deficiência, não tem como contratar para motorista e mecânico. A área administrativa responde por 5% só dos quadros das empresas. Também não seria prudente contratar jovens aprendizes para muitas funções de operação e manutenção dos ônibus” – disse

EM 2017, NADA VAI MELHORAR:

Se o quadro político e econômico do País foi difícil para todo o mundo, com o setor de fretamento, não foi diferente.

De acordo com o presidente da Fresp, Silvio Tamelini, na média nacional, o número de viagens de fretamento deve encerrar 2016 com uma queda entre 35% e 40%.

Em São Paulo, apenas as viagens de fretamento contínuo, aquelas que possuem contratos fixos mensais, como para fábricas, por exemplo, devem fechar 2016 com queda entre 15% e 20%.

A crise nas contas públicas também influenciou o setor de fretamento.

“Somente as contratações pelo Governo do Estado de São Paulo, para atividades escolares e culturais, o número caiu entre 10% e 12%.” – revelou

Tomelini também afirmou que não acredita em recuperação no ano de 2017.

“Na minha visão, muito pouca coisa vai mudar. O país passa por instabilidades econômicas e políticas e não há como mudar em tempo hábil. É tudo um efeito bola de neve. As empresas de diversos setores cortam os trabalhadores, que pedem um emprego e deixam de consumir. Com menos trabalhadores, existe menos gente para ser transportada. Então as empresas cortam serviços de fretamento”

O executivo afirmou que é justamente nesse momento de crise que as empresas devem mostrar diferenciais, como melhor atendimento aos passageiros, limpeza e conservação dos veículos de forma mais apurada, treinamento e capacitação de mão de obra e padronização dos serviços em nível superior.

Fonte – blog ponto de ônibus