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5 de junho de 2018

Haddad remaneja R$ 35 milhões do Orçamento para subsídios a tarifas de ônibus

O prefeito de São Paulo Fernando Haddad remanejou do orçamento para este ano de duas fontes de investimentos e receitas, R$ 35 milhões para cobrir parte dos débitos que a prefeitura tem para bancar as complementações tarifárias do sistema de transportes coletivos de São Paulo.

Esses recursos saíram de projetos como Obras e Instalações – Construção, Ampliação e Modernização de Centros Olímpicos, que serão fontes de R$ 12,5 milhões, e também pela renegociação das dívidas com União, encabeçada em todo o país pelo prefeito Fernando Haddad e que reduziu o endividamento dos estados e municípios, fazendo um caixa extra com a troca de indexadores de índices sobre este endividamento. Da fonte “Juros da Dívida sobre Contrato” saíram R$ 22,5 milhões.

Apesar de o valor ser alto do ponto de vista dos contribuintes, ele apenas dará um pequeno alívio em relação à situação financeira das contas do sistema de transportes coletivos.

Como noticiou o Diário do Transporte, nesta semana foi esgotado todo o valor de R$ 1,79 bilhão de subsídios previstoo em orçamento para o ano inteiro de 2016. Assim, a cobertura das integrações pelo Bilhete Único, congelamento da tarifa nas modalidades mensal, semanal e diário e as gratuidades, ainda está indefinida até o final do ano. Provavelmente, mais remanejamentos de recursos como este de R$ 35 milhões serão realizados.

Segundo balanço oficial da SPTrans sobre o fluxo de caixa do sistema, a dívida atual da prefeitura pela operação das redes de ônibus é de R$ 176 milhões.

Apesar disso, para a imprensa, a SPTrans, responsável pelo gerenciamento dos transportes em São Paulo, diz que não há pagamentos em atraso e que a Secretaria Municipal de Transportes está cumprindo com seus compromissos para com as empresas:

Os pagamentos estão sendo feitos dentro do cronograma estabelecido, a Secretaria Municipal de Transportes está cumprindo com seus compromissos. Esse quadro apontado pela reportagem é sazonal. Assim como em anos anteriores, as contas fecham normalmente ao final do exercício. Deve-se considerar situações em que, eventualmente, as empresas têm problemas efetivos de recebimentos de município próximos, onde também prestam serviços. Reiteramos, no caso da Capital, que não se trata de atraso. Em linhas gerais, haveria postergação se o prazo ultrapasse 30 dias, o que não ocorre.

Nesta semana, ao Diário do Transporte, o presidente do SPUrbanuss – Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo, Francisco Christovam, disse que existe um risco de faltar dinheiro para compra de insumos básicos para operação, como óleo diesel e peças, comprometendo assim a reposição dos estoques e consequentemente os serviços.

“É impossível prever o que pode acontecer na semana que vem se a situação continuar neste ritmo. As empresas de ônibus já atingiram o limite de captação de recursos nos bancos para realizarem empréstimos e pagarem seus compromissos do dia a dia” .

As lotações, empresas que surgiram das antigas cooperativas e operam no sistema local, não possuem uma organização e porta-voz, mas o Diário do Transporte apurou que já chegou a faltar diesel e peças em algumas garagens.

 

(Fonte: Blog O Ponto de Ônibus)